O Dops do Bolsonaro


por Fernando Brito, Tijolaço -

A Folha revela como é, sim preciso um forte movimento antifascista no Brasil, ao mostrar a absurda investigação contra 579 servidores federais e estaduais de segurança e alguns professores universitários que fariam parte de uma corrente de opinião antifascista e que, aliás, não são acusados – nem acusáveis – de nada, exceto de ter pensamentos antitotalitários.

É o senhor André Mendonça – no mesmo dia em que é exposto como facilitador do desvio de armas da Força Nacional de Segurança, ao revogar a exigência de que tivessem (como já era exigido antes) um chip de identificação resistente à fraude de raspagem do número no seu chassis, promovendo uma investigação ilegal, que centraliza e distribui aos núcleos que quiser (será que algum paralelo?) a relação dos “malditos” servidores que ousam ser a favor da democracia.

Há também, no dossiê do Dops do Ministério, referências a três conhecidos professores universitários, todos com passagens respeitáveis em instituições públicas: Paulo Sérgio Pinheiro, (ex-secretário nacional de direitos humanos no governo de FHC); Luiz Eduardo Soares ( secretário nacional de Segurança Pública no primeiro governo Lula) e Ricardo Balestreri (ex-presidente da Anistia Internacional no Brasil).

Tudo é citado em bobagens como esta:

Verificamos alguns policiais formadores de opinião que apresentam número elevado de seguidores em suas redes sociais, os quais disseminam símbolos e ideologia antifascistas”.

Ora, antifascismo é obrigação de qualquer democrata, que se recusa adotar supremacismos raciais, agressões aos direitos humanos, discriminação de pessoas, métodos truculentos de ação política e tudo o mais que representa o fascismo.

Mas, como Bolsonaro acha que antifascistas são “marginais e terroristas”, embora a eles não tenha sido atribuído algum crime ou ameaça, lá foram os esbirros do ministro “terrivelmente evangélico” produzir um “dossiê araponga”, certamente com uma bem nítida cópia para os fascistas que zumbem em volta do governo.

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