Bolsonaro e a “gripezinha”: o país do non-sense

por Fernando Brito, Tijolaço -

A suspeita – com sintomas – de que Jair Bolsonaro possa ter contraído a “gripezinha” do novo coronavírus, a se confirmar, é só mais uma cena “non-sense” das muitas que este país tem vivido.

Afinal, seria o valentão, que dispensa o isolamento e as máscaras de proteção atingido pela doença que “está tendo um certo exagero, talquei?”

Todo dia há uma destas ironias, como a do sujeito cuja mulher destratou o fiscal que os advertia a se cuidarem no Leblon estar, entre um drinque e outro, recebendo o auxílio emergencial dos desvalidos.

Pode ser “fake”, claro, mas se não for, claro, será mais um destes castigos que vêm a cavalo, como ele pretendeu ser, ao montar o cavalo da PM de Brasília num ato pro-golpe.

O cavaleiro triunfante de 40 dias atrás é uma sombra que, agora, cavalga apenas o ridículo.

O roteiro é previsível: se não estiver seriamente doente, vestirá a roupa do invulnerável, desdenhando da doença e usando a si mesmo prova de que todos teríamos de desafiá-la.

Se estiver, o assunto não será a gravidade da epidemia, mas o fato de que ela seria uma conspiração comunista – afinal, Trump está apelando até para uma suposta demolição do Cristo Redentor, não é ? – das esquerdas sem Deus e sem moral para avassalar os “homens bons”.

Dificilmente, porém, o fato de, possivelmente, ter contraído a doença provocará algo com ocorreu com outro cético, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que passou a levar a sério as medidas de precaução depois de ter tido, de forma severa, a doença.

Aqui, porém, o furor anti-isolamento do governo federal não vai sofrer abalos.

A estupidez é sólida.

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