Isolamento é frouxo e isso vai cobrar seu preço em mortes

por Fernando Brito, Tijolaço -

Há muita bobagem sendo dita sobre a pandemia do novo coronavírus.

A começar das besteiras .propagadas pelo sr. Jair Bolsonaro que, hoje, no Twitter disse ter discutido com Donald Trump as maravilhas da hidroxicloriquina, até agora uma mera esperança, jamais uma realidade cientificamente comprovada. Mas eles se fantasiam mentalmente de bioquímicos e discutem questões de altíssima complexidade, não é? Outro, embora bem intencionados, falam que a curva “está se achatando” em internações, sem nenhuma base estatística, há quem anuncie que o pico da infecção será entre “domingo e quarta-feira”, fazendo o mal de induzir pessoas a de que, “na quinta”, seja mais seguro ir à rua, e também os que – há louco para tudo – espalham teorias sobre o sol curar a doença, chás de todos os tipos.

Na falta de Governo, estas coisas proliferam, quando não vêm dele próprio, como o anúncio, em coletiva, de Sergio Moro tentando vincular a prisão de um traficante – que nunca esteve preso – tinha sido libertado por razões humanitárias (será que Moro sabe o que é isso?) por conta da pandemia. Mas estas são as “fake”; há outras, reais, ainda mais perigosas: ônibus lotados, metrô cheio, grupos reunidos sem necessidade, etc… Isso é criminoso, porque acelera o desastre para um sistema de saúde já cheio de precariedades.

Portanto, Mata,

Os jornais falam agora num convite de Bolsonaro a médicos, sem o conhecimento do Ministro da Saúde, para promover seu remédio milagroso. Como se já não bastasse o presidente reproduzir imagens irreais de uma central de abastecimento vazia (está cheia) e dissesse que a fome matará as pessoas…

Generais não ganham guerras sozinhos, mas generais – ou capitães – que erram grosseiramente levam à morte seus comandados.

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