Balbúrdia cambial


por Fernando Brito, Tijolaço -

Na quarta-feira, escreveu-se aqui que a pressão cambial continuaria forte sobre a moeda brasileira.
Ninguém poderia, porém, prever que ela fosse tão forte.

O dólar já está “lambendo” os R$ 4,32, numa incrível valorização de 8% desde o primeiro pregão do ano.

Claro que está sobrevalorizado, claro que a cotação está sendo alimentada pela saída de investidores daqui, claro que as previsões otimistas sofreram um abalo.

Mas tudo isso está sendo agravado pelo Banco Central, numa repetição, em outro cenário, e forçar em demasia a queda na taxa de juros que igualmente resultou numa desvalorização cambial acompanhada, paradoxalmente, de uma queda nos nossos saldos comerciais.

E qual é a diferença? É que a árvore da economia mundial está frondosa, mas carregada de potenciais notícias ruins, entre as quais os problemas da China têm o tamanho de uma melancia.

Há outros, como o ameaça de recessão na Alemanha, onde a produção da indústria caiu 3,2% em dezembro, antes mesmo dos problemas com os chineses.

O dinheiro de investimentos diretos não entra – ou só entra se for para comer pudim e leite – e o da renda fixa e das ações sai. Em dois dias, 3 e 4 de fevereiro, mais R$ 3,8 bilhões, levando o negativo do ano a R$ 23 bilhões, metade do total de evasão do ano passado.

O resultado é uma balbúrdia financeira que -somada à falta de políticas econômicas do governo – está emperrando decisões sobre o já minguado investimento.

Preparem-se para a onde de revisões – para baixo – do PIB que vem por aí.

Comentários