por Fernando Brito, Tijolaço -
Há muita conversa sobre o fato de que o Partido Socialista Português precisa fazer alianças para governar e que, ora, a extrema direita passou a ter representação parlamentar, embora apenas um deputado.
O fato objetivo é que o PS fez 106 deputados em 230, ou possivelmente 108 quando se apurarem as urnas dos território ultramarinos de Portugal.
Isso é aproximadamente 47% do parlamento.
Imagine no Brasil um partido fazer esta representação. Já ajudo: só uma vez aconteceu: na eleição de 1986, o PMDB, com o Plano Cruzado.
Na eleição anterior, a coligação de esquerda que ganhou o simpático nome de “Geringonça” tinha 123 deputados num parlamento de 230.
Agora, terá perto de 143, quase 20% a mais, ou 62% do parlamento.
E vamos focar a atenção na extrema-direita ter elegido um só?
O que importa, nestes tempos, é a aliança pela luz, pelo humanismo, pelo convívio.
O que se celebra em Portugal é a maneira civilizada de viver, tanto é que está atraindo tantos da classe média brasileira frustrados com a crise e a agressividade implantada no convívio social.
É claro que haverá – chambão para lá, chambão para cá – um entendimento no campo progressista e a geringonça, que funciona, seguirá funcionando.
Acho que aprenderemos que essa geringonça, amarrada pela flexibilidade política, que nos permitirá enfrentar a “Coisa” que se instalou por aqui.
O resto, para usar o bordão português, é querer ir de borzeguins ao leito.
Comentários