Bolsonaro como ele é: lunático


por Fernando Brito, Tijolaço -

Eu tinha 10 anos quando o homem chegou à Lua e, sem compreender muito bem como aquilo se encaixava no contexto da Guerra Fria, muito mais que no da ciência – “guerra diferente / das tradicionais / guerra de astronautas / nos espaços siderais, cantou Gilberto Gil – e, apesar de, como todos os guris ter feito um trabalho escolar sobre o “módulo lunar”, fiquei meio chateado por ver que Júlio Verne errara ao prever que selenitas a habitariam.

Mas já sabia, graças aos livros de Monteiro Lobato que era “selenita” o nome certo, porque lunático era “maluco”.

Agora, graças à ridicularia de Jair Bolsonaro indo fingir-se Neil Armstrong na embaixada norte-americana recordei de quando entendi porque “lunático” era maluco, muitos anos depois.

E aprendi que era uma das quatro classificações de Paracelso sobre a loucura: Lunatici, Insani, Vesani e Melancholici.

Os insani eram os “de nascença”, por hereditariedade ou trauma; os vesani eram os que bebida e substâncias tóxicas privavam da razão, os melancholici, como o nome indica, perdiam a razão por seu temperamento depressivo. Mas o lunatici enlouqueciam de acordo com as fases da Lua, por isso o nome.

Bem, anteontem veio a lua com força de eclipse, com poder até de tampar o Sol por uns minutos.
Foi, como se viu, demais para Jair Bolsonaro.

Vestiu o uniforme de papelão pintado e deixou-se arrastar para a fantasia como só uma criança o faria.

Ou não era fantasia e é mesmo um lunático?

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