por Kiko Nogueira, DCM -
O trecho mais revelador e triste
da entrevista de Jean Wyllys em que ele conta da sua decisão de
desistir do mandato e deixar o país é o seguinte:
Não foi a eleição dele [Bolsonaro] em
si. Foi o nível de violência que aumentou após a eleição dele. Para se
ter uma ideia, uma travesti teve o coração arrancado agora há pouco. E o
cara [o assassino] botou uma imagem de uma santa no lugar.
Numa única semana, três casais de
lésbicas foram atacados. Um deles foi executado. A violência contra
LGBTs no Brasil tem crescido assustadoramente.
O [ex-presidente do Uruguai] Pepe
Mujica, quando soube que eu estava ameaçado de morte, falou para mim:
“Rapaz, se cuide. Os mártires não são heróis”. E é isso: eu não quero me sacrificar.
A violência contra mim foi banalizada de tal maneira que Marilia Castro Neves, desembargadora do Rio de Janeiro, sugeriu a minha execução num
grupo de magistrados no Facebook. Ela disse que era a favor de uma
execução profilática, mas que eu não valeria a bala que me mataria e o
pano que limparia a lambança.
Na sequência, um dos magistrados falou que eu gostaria de ser executado de costas. E ela respondeu: “Não, porque a bala é fina”.
Veja a violência com
homofobia dita por uma desembargadora do Rio de Janeiro. Como é que
posso imaginar que vou estar seguro neste estado que eu represento, pelo
qual me elegi?
Jean não está simplesmente fugindo do risco de ser assassinado, mas abandonando um país que se tornou, basicamente, um lixo.
É absolutamente compreensível. Ele virou alvo.
Bolsonaros Jair e Carlos celebraram o fato à sua maneira. Negaram depois que fosse referência a Jean.
“Grande dia!”, tuitou o presidente da República, que em tese deveria zelar pela segurança de todos os brasileiros.
Jean não é um cidadão na acepção da escória bolsonarista.
Ele entra naquela lista de indesejáveis que Bolsonaro citou num discurso dez dias antes do segundo turno.
São os “vermelhos”, os “comedores de mortadela” que ele jurou banir.
Jean não quer ser uma nova Marielle. Quem há de culpá-lo?
Bolsonaro tem uma missão: destruir e
dividir o Brasil, em oposição ao que volta e meia apregoa para enganar
meia dúzia de otários que querem ser enganados.
Sua missão é nos transformar numa
Venezuela e mandar os “inimigos” para a “ponta da praia” — com a
cumplicidade de milhões que o elegeram e das milícias a quem serviu,
juntamente com os “garotos’, ao longo de décadas.
Jean Wyllys não vai lhe dar esse gosto.
Bolsonaro acha que se livrou de um problema.
Comentários
Pensando nisso, resolvi fazer uma enquete para tentar adivinhar em que país ele realmente estaria, já que é defensor ferrenho de ditaduras que foram financiadas pelos governos anteriores.
Então vamos lá....
1 – Cuba
2 – Venezuela
3 – Bolívia
4 – Republicas Ditatoriais Africanas
5 – Todas as anteriores
Acredito que alguém de caráter maquiavélico, dirá que ele deve estar em algum país capitalista! Será?
Como ele mesmo anunciou que não ficaria no país caso Jair Bolsonaro fosse eleito, peço do fundo do meu coração, por favor, vá embora e leve os seus parças, pois realmente não sentiremos falta nenhuma de vocês! Tchau!