Do debate, só vão ficar os do “memes”


por Fernando Brito, Tijolaço -

Pena dos poucos que, por dever de ofício, terão o dever de acompanhar o triste espetáculo de hoje na Rede Bandeirantes.

Já deve ter uma turma preparando os “memes” de Facebook e Twitter com as imagens do tal Cabo Daciolo, um sujeito abilolado que concorre no partido que ia, até a undécima hora, abrigar Jair Bolsonaro como candidato. Este, aliás, é a outra grande “atração”.

É o que vai atrair alguma atenção, ainda, pelas bobagens e barbaridades que dirão.

Do resto, pouco a esperar: frieza de Alckmin, sermão de Marina, autolouvação de Henrique Meirelles e, quem sabe, alguma coisa de Ciro Gomes, se este resolver falar da perda de legitimidade destas eleições com a exclusão de Lula, como Guilherme Boulos certamente fará.

Ah, sim, Álvaro Dias se apresentando como o “candidato da Lava Jato”, desta vez, ao contrário do que fez em 2014, que pretende substituir por Sérgio Moro o Hugo Henrique, seu cão  bichon frisé que foi o grande astro de sua campanha ao Senado em 2014.

O nível se presta a surgirem momentos hilariantes e/ou chocantes, porém nada que possa representar esperanças para o povo brasileiro.

Vai além dos meu tamancos, mas não acho conveniente mandar Fernando Haddad para a platéia ou ficar fazendo “hangouts” durante o debate.

No primeiro caso, trata-se de aceitar uma posição subalterna, com entrevistas no estúdio servindo como “prêmio de consolação” pela situação esdrúxula de ter-se um candidato favorito e preso sem poder falar.

No segundo, tirar prosa em casa, com os seus.

Nenhuma vitória de Lula neste debate poderia ser maior do que o fato de estar sendo impedido de participar chamar a atenção e fazer o povão, na dele, ficar ciente das coisas.

É como ter a esperança trancada e isso o nosso povo entende com muito mais facilidade do que “comentários técnico-programáticos” sobre o festival de abobrinhas que virá.

De resto, o debate vai se identificar com a significação da maioria de seus participantes: é coisa para 1%.

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