Luis Nassif, GGN
O
governo Dilma é definitivamente ruim. Mas pense o que seria do país
submetido a um conjunto de crises tendo Alckmin como mediador. Teria o
condão de despertar saudades de Dilma."
A inapetência política do governo Alckmin é espantosa.
Com
anos de blindagem total da mídia, tratou de criar sua própria crise,
uma reforma radical no ensino paulista fechando escolas, remanejando
alunos, sem nenhuma consulta à sociedade, aos professores e aos maiores
afetados, os alunos.
Esse
monumento à insensibilidade política despertou os adolescentes para uma
bandeira objetiva: a defesa da SUA escola. Não foi necessário a mídia
insuflar, pelo contrário, não se intimidaram com as nítidas armações
iniciais – de figuras anônimas vandalizando escolas para tentar
comprometer o movimento com a baderna.
Através das redes sociais, deram provas emocionantes de responsabilidade cívica e maturidade.
Em
plena era da Internet, na qual qualquer celular tem sua câmera de
filmar, cada veículo tem seus próprios vídeo-repórteres, um Secretário
de Segurança despreparado e autoritário tratou de colocar a tropa de
choque da PM na rua para bater em crianças.
Assim
como Aécio Neves, Alckmin se guia apenas pelas manchetes de jornais. E
as manchetes refletem o que se passou no dia anterior.
No
primeiro dia, uma imprensa partidarizada tratou de desqualificar as
manifestações. Mas a enchente de vídeos mostrando a cara dos
“subversivos”, a mensagem de paz da rapaziada, em contraste com a
truculência da tropa de choque, virou o jogo, desmontou a tentativa de
partidarizar as manifestações. Ganhou a opinião da velha mídia.
Alckmin
é lento nas avaliações. À noite, os telejornais já mostravam a mudança
de postura da velha mídia. Hoje os jornais amanheceram com visível
mudança de postura em relação às manifestações.
Mais uma vez, a tropa de choque foi para a rua agredir a molecada.
Agora
à tarde, a rendição. A maturidade, o bom senso, a responsabilidade
cívica da rapaziada venceu a decrepitude de homens públicos sem noção.
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