Juntos, Dilma e Temer dissipam conspirações


"Ao postar-se ao lado da presidente no desfile do Sete de Setembro, em Brasília, líder peemedebista afasta rumores de uma possível articulação do Palácio do Jaburu com a ala golpista do Congresso Nacional, encabeçada pelo senador Aécio Neves (PSDB); declaração de Temer de que Dilma não termina o mandato a se manterem os atuais níveis de impopularidade foi compreendida como senha para a intensificação do movimento pró-impeachment; interpretação logo rechaçada pelo vice, que afirmou em seguida ter a certeza de que Dilma vai deixar o Planalto ao fim de 2018; "Faz parte da nossa formação democrática e que me levou sempre à ideia que a função do homem público muitas vezes é aproximar desiguais e não afastá-los", disse em seguida, num abrangente e eloquente sinal de paz; presidente abriu o desfile cívico em meio a manifestações de apoio de parte do público

Brasil 247

A presidente Dilma Rousseff (PT) e o vice Michel Temer (PMDB) afastaram na manhã desta segunda-feira os rumores de uma possível conspiração do Palácio do Jaburu ao aparecerem juntos e sorridentes no desfile do Sete de Setembro, em Brasília. Após as execuções dos hinos Nacional e da Independência, pode-se ouvir gritos de Dilma, Dilma", departe do público presente. As manifestações de apoio à presidente foram ouvidas também após a autorização para o início do desfile cívico.

Boatos de que o peemedebista poderia se unir à ala golpista do Congresso Nacional, liderada pelo senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), circularam intensamente após Temer refletir que dificilmente Dilma terminaria o mandato se os atuais índices de impopularidades se mantiverem.

Na mesma quinta-feira (3) em que deu a fatídica declaração num eventos com empresários, Temer logo desmentiu qualquer intenção de sabotagem ao governo. Declarou estar certo de que Dilma cumprirá seu mandato até o fim e que sua popularidade subirá até meados de 2016.

Ato contínuo, reivindicou sua função de aproximar desiguais. "Faz parte da nossa formação democrática e que me levou sempre à ideia que a função do homem público muitas vezes é aproximar desiguais e não afastá-los", disse, em entrevista ao programa de TV Preto no Branco, do jornalista Jorge Bastos Moreno, exibido no canal fechado TV Brasil.

"Eu levo jeito para isso", completou. Sobre a afirmação de "alguém precisava unificar o país", se disse ofendido com as especulações e voltou a negar conspiração contra Dilma: "Deram-me o epíteto de asno. Eu sou tão burro que sou capaz de verbalizar uma coisa como essa. Se quisesse fazer isso, jamais falaria."

Desfile

Uma grande celebração cívica tomou conta da Esplanada dos Ministérios, com o desfile de mais de três mil militares e um público estimado de 40 mil pessoas.
 “Nosso desfile do 7 de Setembro não pode passar em branco: é a nossa pátria, é o nosso país que comemora a sua Independência”, assegura o coronel João Marcos Machado, da subchefia de operações do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. Ele faz parte da organização do desfile, que a cada ano traz uma novidade para surpreender o público.

O desfile teve início às 9h e reuniu militares e forças auxiliares, escolas, viaturas, motos e a tradicional apresentação da Esquadrilha da Fumaça. Entre as atrações, o coronel Machado destacou o grupamento conjunto das Forças: Marinha, Exército e Aeronáutica.

Durante o desfile, foi prestada homenagem aos 70 anos da Força Expedicionária Brasileira, que foi criada durante a Segunda Guerra Mundial.

Mas ele destaca que o caráter cívico é o grande destaque da apresentação.

“Termos hoje um desfile cívico representa o amadurecimento da população brasileira. A nossa ordem, o nosso progresso, não cabem apenas ao militar, cabe à Nação brasileira. O desfile, hoje, não é mais cívico-militar, ele é cívico. E é esse espírito que deve aflorar em cada brasileiro: de se orgulhar em ser brasileiro”, garante."

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