PM barbariza, joga bomba de gás e detém 32 em SP


"O primeiro protesto do ano, organizado pelo Movimento Passe Livre, contra o aumento dos ônibus em São Paulo, de R$ 3 para R$ 3,50, pode terminar mal; até agora, a Polícia Militar já deteve 32 manifestantes, além de ter jogado bombas de gás lacrimogêno; cerca de 5 mil pessoas protestam em São Paulo; Rio de Janeiro também teve manifestações

Brasil 247

A resposta da Polícia Militar de São Paulo ao primeiro protesto do ano, organizado pelo Movimento Passe Livre, foi dura: bombas de gás e 32 detidos. Leia, abaixo, nota do MPL sobre a violência policial:
 
ALERTA: REPRESSÃO POLICIAL!

Adiante da frente do ato, a Polícia Militar cercou e prendeu seis manifestantes na esquina da Consolação com a rua Antonio Carlos. De fundo do ato, foi possível se ouvir o som de bombas explodindo.

Em seguida, a PM bloqueia a entrada da rua Antônio Carlos, e o restante da manifestação - com cerca de 30 mil pessoas - segue firme e forte, deixando claro que não se aceitará nenhum aumento.

Neste momento chegam notícias de que a PM está reprimindo todos os manifestantes indiscriminadamente, lançando bombas de gás, efeito moral e bala de borracha.

A PM iniciou a repressão ao tentar impedir o ato de chegar na Paulista.


CONTRA A TARIFA E A REPRESSÃO!

Leia, abaixo, reportagens sobre as manifestações em São Paulo e no Rio:
Movimento Passe Livre protesta contra aumento de passagens em São Paulo

Camila Boehm - Repórter da Agência Brasil

O Movimento Passe Livre (MPL) e ativistas adeptos da causa voltaram hoje (9) às ruas de São Paulo para protestar contra o aumento da tarifa nos transportes, de R$ 3 para R$ 3,50, que entrou em vigor na última terça-feira (6). Os manifestantes se reuniram no Theatro Municipal e saíram, às 18h15, em passeata com destino à Praça do Ciclista.

O movimento acredita que o passe livre somente para estudantes de baixa renda, como anunciado pela prefeitura, não traz mudanças profundas e beneficia os empresários do transporte, em detrimento da população. A Prefeitura de São Paulo disponibilizará 48 viagens gratuitas ao mês para o estudante, o que não contempla a realidade da educação e da formação cultural, segundo os ativistas.

Antes de começar o protesto, o MPL fez assembleia para decidir o trajeto a ser seguido. Ficou definido, após votação, que eles seguiriam pela Praça da República e Rua da Consolação até a Praça do Ciclista, na Avenida Paulista. "Espero que seja um grande ato, que a gente consiga colocar o tema em pauta, e que seja pacífico", disse Luíze Tavares, militante do MPL.

Segundo a Polícia Militar (PM), 1,5 mil pessoas participaram da concentração. 

Cerca de 800 policiais foram destacados para acompanhar a manifestação. O comandante da operação da polícia, major Larry de Almeida Saraiva, disse que haveria dois cordões de policiais para acompanhar o ato, um em cada lateral da passeata. Segundo ele, os policiais só revistarão pessoas que tenham atitudes suspeitas. "Não vamos revistar todo mundo, como alguns quiseram fazer parecer", completou.

Na tarde de segunda-feira (5), o MPL realizou uma aula pública, embaixo do Viaduto do Chá, próximo à prefeitura, para discutir a questão do transporte na cidade. O evento foi uma preparação para o protesto de hoje.

Em junho de 2013, diversas manifestações tomaram a cidade, por causa do anúncio de aumento das passagens de R$ 3 para R$ 3,20. A reação da população teve sucesso e o valor da passagem voltou a custar R$ 3.

Manifestantes saem em passeata no Rio contra aumento dos ônibus

Vinicius Lisboa - Repórter da Agência Brasil

Após votação, os manifestantes que protestam contra aumento da passagem de ônibus urbano no Rio de Janeiro saíram em passeata da Cinelândia, no centro da cidade.

Eles seguiram pela ruas Araújo Porto Alegre e Primeiro de Março, depois Avenida Presidente Vargas até a Central do Brasil. Caminho proposto pelo próprio Movimento Passe Livre.

Na passeata, os manifestantes gritam contra o aumento da passagem e contra os governos municipal e estadual. Cerca de 200 policiais militares acompanham o ato e se posicionam ao redor da manifestação, que ocupa o trajeto em área equivalente a dois quarteirões."

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