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FHC quer Aécio como linha auxiliar de Marina
"Depois
de ter acusado Luciana Genro de ser linha auxiliar do PT, quem ficou a
meio caminho de se tornar linha auxiliar de alguém é o próprio Aécio.
Há um racha no PSDB sobre a estratégia de campanha.
Aécio acha
que deve continuar atacando Marina. Menos do que fará contra Dilma, mas,
ainda assim, está convicto de que precisa criticar Marina - por uma
razão óbvia e ululante: ela é sua principal adversária quanto ao
objetivo de ir para um segundo turno.
FHC e o tucanato paulista
insistem na mesma tecla que vêm batendo desde a morte de Eduardo Campos:
preservar Marina para facilitar a aproximação com o PSDB.
O
problema foi que, na semana seguinte à morte de Campos, quando Marina
foi proclamada candidata pelo PSB, o candidato tucano seguiu exatamente a
recomendação de FHC, de José Serra e "tutti quanti": fingiu que Marina
não existia e continuou mirando apenas em Dilma.
O resultado foi
catastrófico. Aécio começou a ser "cristianizado" (abandonado pelos
eleitores e por aliados, conforme antecipamos em artigo aqui na Carta Maior).
O tucano despencou nas intenções de voto e correu o risco de protagonizar a pior campanha do PSDB desde 1989.
Arriscou
passar pelo vexame de ficar em terceiro até mesmo em Minas Gerais. Em
seu ouvido martelaram o avesso do slogan brizolista: "quem conhece o
Aécio não vota no Aécio".
A reação veio em seguida. Aécio percebeu que, se não batesse em Marina, não se recuperaria. Deu certo.
Da
experiência, aprendeu que, não só para FHC, como para toda a ala
majoritária do PSDB - a paulista -, ele, Aécio, não passa de um detalhe,
um pouco maior ou um pouco menor.
Para o PSDB paulista, quanto mais dócil ele estiver, mais tranquila será a negociação com Marina.
Quanto
menor Aécio estiver em um primeiro turno, menos peso ele terá na
barganha do segundo turno. Maior importância terá a pauliceia
desvairada.
Quanto menor ele ficar em 2014, mais remota será sua
chance de rivalizar com Alckmin em 2018, na escolha do candidato
preferencial do PSDB.
Enfim, o que o atual candidato tucano percebe é que, para quem manda no PSDB, quanto menos Aécio, melhor.
Tomando
duas referências históricas do PMDB que o candidato bem conhece,
veremos se Aécio tem mais vocação para o Tancredo de 1984, que uniu o
partido em torno de seu nome, ou para o Ulisses de 1989, abandonado
pelos próprios correligionários em pleno primeiro turno.
Quem
diria? Depois de ter acusado a candidata Luciana Genro (PSOL) de ser
"linha auxiliar" do PT ("uma ova", respondeu Genro, na lata), quem ficou
a meio caminho de se tornar linha auxiliar de alguém é o próprio Aécio."
(*) Antonio Lassance é cientista político.
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