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“A única coisa que
temos a dizer ao Feliciano é: “cresça”! Ele é uma pessoa narcisista e tudo o
que ele faz é para ganhar holofotes”, afirmam as pastoras Lanna Holder e
Rosania Rocha (Foto: Gabriel Quintão / Vírgula)
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“Pastora que pregava cura gay revela: “Fiz
tudo o que a igreja mandou fazer para deixar de ser lésbica, não deu certo”.
Pastoras também criticam Malafaia e Feliciano: ‘infantis e desnecessariamente
polêmicos’
Lanna
sempre soube sua orientação sexual e aos 17 anos teve sua primeira experiência
com uma mulher. No entanto, acreditava que sendo lésbica seria condenada ao
inferno. Aos 21 anos se converteu à religião evangélica e deixou de lado uma
companheira. Pouco depois se casou com um pastor, teve um filho, e a religião
passou a ser parte principal de sua vida. Pelas igrejas do Brasil, ela pregava
sobre a “cura” a que havia sido submetida e passou a ser vista como um exemplo
a ser seguido – e uma prova viva de que seria possível superar a
homossexualidade.
Em
vídeos disponíveis no YouTube, é possível ver longos sermões da pastora
pregando sobre a maldição e o pecado da homossexualidade. Igrejas lotadas de
fiéis aclamaram suas palavras e acreditaram estar diante de uma pessoa
“regenerada” e “trazida de volta ao caminho do bem”.
Em
2002, no entanto, a história mudou quando Lanna conheceu Rosania em uma igreja
evangélica em Boston, nos Estados Unidos. Rosania, que morava na cidade, onde
era dirigente de louvor de uma igreja frequentada por brasileiros, era casada
com um pastor, com quem teve um filho. Muito conhecida na comunidade evangélica
por cantar músicas gospel, iniciou uma grande amizade com Lanna, de quem sempre
estava perto nos cultos: onde Lanna pregava, Rosania cantava. Da amizade ao
amor bastaram seis meses e suas vidas foram viradas de cabeça para baixo. De
celebridades evangélicas adoradas, Lanna e Rosania viraram párias na religião
que ajudavam a espalhar.
Confira
abaixo a entrevista que o Portal Virgula
Lifestyle fez com as pastoras:
Como
foi a sua conversão e o processo para se tornar uma ex-lésbica?
Lanna –
Eu tinha 21 anos quando me converti à religião por achar que iria para o
inferno por causa de minha orientação sexual. Eu usava drogas, era alcoólatra e
quando me converti essa parte da minha vida deixou de existir. A religião
funcionou como um processo de restauração na minha vida, mas a minha orientação
sexual nunca foi alterada. Eu nunca vivenciei nenhum processo de cura, mesmo
assim segui numa busca constante para deixar de ser lésbica.
Eu pensava: ‘Deus me libertou das drogas e
do alcoolismo e não consegue me libertar da homossexualidade?’. Na igreja, a
homoafetividade é apresentada ou como uma possessão demoníaca ou como uma
doença. Eu tentava lidar com as duas coisas. ‘Se é uma doença, Deus vai ter que
curar e se eu estiver possessa de algum espírito maligno, Deus vai ter que me
libertar’. Tentei por sete anos.
A
religião faz uma lavagem cerebral contra a homossexualidade?
Lanna –
Hoje eu cheguei à conclusão de que a religião demoniza tudo o que ela não
explica e não entende. A homossexualidade é uma questão muito cheia de
ramificações e interpretações. A própria igreja não chega a um consenso sobre o
que pensa a respeito. Enquanto tem uma parte que garante que é uma possessão
demoníaca, outra parte tem certeza de que é uma doença. Por mais que no fundo a
igreja saiba que a homossexualidade não é abominável, ela se recusa a corrigir
um erro. É difícil voltar atrás e reconhecer que errou depois de milênios
condenando os homossexuais. É mais fácil manter como está.
Você
escondia sua verdadeira orientação sexual ou estava convicta de que havia sido
realmente “curada”?
Lanna – Eu divulgava essa tal cura havia
sete anos e pregava contra a homossexualidade. As pessoas me conheciam como “A
missionária Lanna Holder, ex-lésbica”. Quando fui pra Boston, eu já estava
conformada, achando que teria que viver minha vida toda escondendo minha
verdadeira orientação sexual. Eu mentia, pois tinha certeza de que a minha
orientação sexual era imutável, ao contrário do que eu fazia as pessoas acreditarem.
Fiz tudo o que a igreja mandou fazer para
deixar de ser lésbica: quebra de maldição, cura interior, desligamento de alma,
quebra de vínculo. Depois de tudo, minha orientação sexual não mudou e então
cheguei à conclusão de que fazia parte da minha natureza. Esconder foi a minha
única opção. Fiquei casada com um homem, não porque era o que eu queria, mas
porque era o imposto para que eu não fosse para o inferno.
Como
foi o momento em que você se viu diante da paixão por uma mulher após tantos
anos garantindo ser ex-lésbica?
Lanna –
Nos conhecemos e no começo nos tornamos grandes amigas. Tivemos uma associação
total na religião e quando chamavam a Rosania para cantar, me chamavam para
pregar. A vida nos uniu. Viajamos pelos Estados Unidos juntas e eu
confidenciava a ela os problemas que tinha em meu casamento, pois como o
“exemplo” que eu era, não podia contar para ninguém o que eu enfrentava. Não
falava sobre minha orientação sexual, mas conversávamos sobre diversas
questões. Quando me dei conta, tudo o que eu fazia era pensando na Rosania. Eu
queria estar ao lado dela e percebi que aquilo que eu sentia não era apenas
amizade. Eu chorei muito, orei muito e perguntava a Deus quando aquilo
passaria. Minha paixão por ela começou a confrontar com tudo aquilo que eu
dizia ser errado em minhas pregações.
Como
você encarou a paixão pela Lanna já que nunca havia tido interesse em uma
mulher antes?
Rosania
– Eu percebi um sentimento diferente por ela e então conversamos e admitimos
estar apaixonadas. Choramos muito, pedimos muito perdão a Deus e, como éramos
casadas, nos sentíamos muito erradas, pois cometemos adultério. Nosso pecado na
verdade não foi o nosso amor, mas sim o fato de sermos casadas e de
adulterarmos por seis meses. Quando eu era criança, me sentia um pouco
diferente das minhas amigas. Mas nunca tinha tido contato sexual com uma mulher
até, de repente, me ver apaixonada pela Lanna. Nada foi planejado, deixei o
barco me levar, tentei fugir, ficamos separadas, mas a vida nos uniu. Eu sempre
digo que me apaixonei por um ser humano e não necessariamente por uma mulher.
Como
foi a reação da igreja ao saber que vocês estavam juntas?
Rosania
– Contamos aos nossos maridos e depois aos nossos líderes, que nos aconselharam
a não contar nada a ninguém para preservar a imagem da igreja. Confiamos que
tudo daria certo, eu pensei que voltaria para meu marido e que a Lanna seguiria
a vida dela, já que estava decidida a se separar. Mas assim que viramos as
costas, eles (os líderes) pegaram o telefone e começaram a ligar para toda a
comunidade evangélica contando a novidade. Eu morei 20 anos nos Estados Unidos
e convivi com pessoas na igreja a quem considerava parte de minha família. Quando
tudo aconteceu, tudo mudou. Eu entrava no banheiro para passar um batom, e as
mesmas pessoas que se diziam minhas amigas, saíam imediatamente. Se tivéssemos
nos apaixonado por outros homens e cometido adultério do mesmo jeito, a reação
teria sido completamente diferente. Passaríamos por um período de disciplina e
nossos “amigos” continuariam por perto. Como me apaixonei por uma mulher, subi
ao púlpito e pedi perdão por ser quem eu era, mas nunca mais consegui me
encaixar na igreja. Me usavam para pregar sobre pecado e aquilo acabou se
tornando um circo.
Muitos
nos disseram que não tínhamos caráter por termos assumido nosso amor, mas para
ter coragem de enfrentar tudo e todos, foi preciso muito caráter. Eu poderia
ter ficado cantando e a Lanna pregando sem nunca ninguém imaginar que tínhamos
algo. Muitas pessoas da igreja são hipócritas, pregam uma coisa e fazem outra. Tem
gente casada que prega para multidões e sai para pegar as menininhas da cidade,
tira a roupa na frente da câmera e coisas do gênero. São pessoas assim que nos
massacram. Eu me sinto muito mais em paz com Deus sendo o que sou de verdade.
Lanna –
Quando eu me converti, já comecei a pregar que eu era uma ex-lésbica e então me
tornei uma referência da cura. Na minha época eu era um Silas Malafaia falando
que homossexualidade era coisa do demônio, que os gays iam para o inferno. É
interessante perceber como a gente cai do cavalo com as nossas convicções. Eu
que tanto perseguia os gays, me tornei uma perseguida com o mesmo discurso que
eu usava ao assumir minha homossexualidade.
Como
é a relação com seus ex-maridos atualmente?
Rosania
– Temos uma relação muito bacana. Ele se casou de novo e será pai mais uma vez.
Ele mora nos Estados Unidos e sempre o vejo, pois meu filho mora com ele.
Lanna –
Só falo com meu ex-marido sobre assuntos relacionados ao nosso filho.
Como
é a relação com seus filhos? (Rosania tem um filho de 15 anos e Lanna tem um
filho de 11 anos)
Rosania
– De toda essa história, a coisa mais legal é a nossa relação com nossos
filhos. Somos uma família incrível, agimos de maneira muito natural. Meu filho
ama a Lanna e adora conversar com ela. Aliás, ele conta mais coisas pra ela do
que pra mim. Não tem como uma pessoa afirmar que uma família constituída por
gays não é coisa de Deus. Somos uma família feliz que vive em harmonia.
Como
surgiu a ideia da igreja inclusiva?
Lanna –
Tentamos frequentar outras igrejas, mas sempre ouvíamos as mesmas afrontas dos
pastores no púlpito contra os gays. Começamos a fazer amizade com uma série de
ex-evangélicos que também não eram aceitos na igreja por conta de sua
orientação sexual. Pensamos em fazer algo em nossa casa mesmo, mas em 2011
inauguramos a igreja com 15 pessoas, hoje temos cerca de 500 membros.
Tirando
o fato da igreja inclusiva aceitar os homossexuais, o que mais a diferencia das
outras?
Lanna –
Nada, se alguém entrar aqui sem saber que é uma igreja inclusiva vai achar que
é uma igreja evangélica como qualquer outra. Sexo é só depois do casamento,
temos dízimos e ofertas, louvamos a palavra de Deus… A bíblia do gay é a mesma
do hétero, a única diferença é que interpretamos diferente a questão da
homossexualidade. Não somos ativistas gays, mas acreditamos na inclusão.
Como
vocês conquistam novos fieis?
Lanna –
O evangelismo mais difícil é o de um gay. Primeiro que você já tem que entregar
o folheto da igreja dizendo que ele é aceito como é, caso contrário eles rasgam
o papel na nossa cara, jogam no chão… Na abordagem, eles logo acham que somos
da igreja do pastor que fala mal, então já nos apresentamos como pastoras
casadas antes de fazer o convite. Vamos nos pontos de maior concentração do
público gay em São Paulo,
que é a região da avenida Paulista, a rua Vieira de Carvalho e outras. Paramos
nas portas das boates e fazemos flashmobs, cantando e dançando. Com isso,
geramos curiosidade e eles se aproximam para saber de onde somos. Sempre vêm
várias pessoas à igreja depois dessas abordagens. Vamos também à Parada Gay, à
Feira da Diversidade e à Caminhada Lésbica entregar nossos folhetos.
O
que os evangélicos convencionais acham da Comunidade Cidade de Refúgio?
Lanna –
Tem pessoas que vêm aqui na porta para nos afrontar, teve uma senhora que quase
me agrediu aqui na frente. Nos xingam, dizem que a nossa igreja é Sodoma e
Gomorra, que é coisa do diabo. Há quem ligue e fale desaforos, deixe recadinhos
mal-educados nas redes sociais… Tem quem pense, obviamente não é todo mundo,
que aqui tem imoralidade, promiscuidade, que é um ponto de encontro para achar
parceiros sexuais.
O
que vocês acham do Silas Malafaia?
Lanna –
Não temos nada contra o Silas Malafaia, mas achamos que ele só cresceu na
religião baseado em polêmicas, a bola da vez são os homossexuais. Ele tem um
discurso prepotente de dono da verdade e usa de muita ira para se referir aos
gays. Lamentamos muito isso, porque o Silas Malafaia afasta todos os gays da
igreja, pois eles acabam achando que todos os pastores pensam dessa forma. Mas
ele não representa a maioria dos pastores. Ele não sabe o que ele fala (se referindo
à comparação feita por Malafaia de gays a bandidos). Pregue a palavra de Deus,
Malafaia! Pare de fazer polêmica!
E
Marco Feliciano?
Rosania
– A única coisa que temos a dizer ao Feliciano é: “cresça”! Ele é uma pessoa
narcisista e tudo o que ele faz é para ganhar holofotes. Infelizmente ele está
conseguindo isso da pior maneira possível.”
Comentários
sinceramente. uma pessoa que conhece a biblia, nao tem como dizer que é GAY e segue a BIBLIA alias segue os mandamentos de DEUS, nao tem como; a BIBLIA é clara no que ensina, nao existe o INTERPRETAR DE OUTRA FORMA, a biblia é sempre clara e objetiva a respeito dos pecados, e ser gay é um pecado como os outros e aquele que nao se arrepender de seus pecados, nao herdarao o REINO DE DEUS, dos seus pecados que inclui todos os pecados... Só que acredito que nessa situaçao Lanna perdeu sua batalha contra o lesbianismo. perdeu para o inimigo, o inferno fica em festa toda vez que isso acontece, e sinto muito msmo pela cegueira espiritual, isso dessa igreja é uma afronta para o nosso CRIADOR, uma decepçao para o nosso SENHOR. mas nao questiono tudo que esta acontecendo no mundo, é apenas a profecia se cumprindo.