Investigação. Os
contratos do governo
Perillo estão na
mira da Promotoria.
Foto: Edílson
Rodrigues / CB / D. A Press |
Lênia Soares, CartaCapital
“Os deputados do PT e PMDB de Goiás vão
protocolar, na terça-feira 30, na Assembleia Legislativa, um pedido de impeachment contra o governador Marconi
Perillo (PSDB). O pedido é baseado na reportagem da Carta Capital sobre a rede de espionagem m0ntada no
estado.
É o terceiro pedido desde fevereiro de
2012, quando foi deflagrada a Operação Monte Carlo – que resultou na prisão do
empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Autor do requerimento, o deputado Mauro
Rubem (PT) compara o governador goiano ao ex-presidente dos Estados Unidos
Richard Nixon. “Por muito menos, nos anos 70, Nixon teve que renunciar. Marconi
também deve ser cassado.”
Em 1974, Nixon se tornou o único presidente
americano da história a renunciar, após a divulgação do escândaço conhecido
como Watergate, nome de um edifício em Washington onde foi montado um esquema
de espionagem sobre adversários do Partido Democrata.
Mauro Rubem pedirá na mesma sessão a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a “grampolândia”. “É uma situação inaceitável. Vamos investigar, porém os documentos apresentados pela reportagem da Carta Capital já são suficientes para provar a prática criminosa de espionagem comandada pelo governo”, acrescenta o petista.
Até o momento, os deputados do PT e do PMDB se manifestaram favoráveis à abertura da CPI. Para a instalação da comissão, são necessárias 15 assinaturas. A bancada oposicionista conta com 16 parlamentares na Casa.
Em abril do ano passado, após CartaCapital noticiar a influência do crime organizado, liderado por Calinhos Cachoeira, no governo de Goiás, dois pedidos de impeachment foram protocolados na Assembleia. Um deles, por estudantes que deram início ao movimento “‘Fora Marconi” e outro, de autoria parlamentar. Ambos foram arquivados, segundo o então presidente da Casa, hoje prefeito de Catalão, Jardel Sebba (PSDB), por falta de provas ou indícios contra o governador.
Até o momento, o presidente da Assembleia,
deputado Helder Valin (PSDB), não se manifestou. Ele foi procurado pela
reportagem, mas informou, por meio da assessoria, que não tem conhecimento do
caso.
Há duas semanas Valin colocou em pauta um
pedido de investigação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para investigar
Marconi Perillo. O requerimento foi negado pela maioria dos parlamentares, sob
orientação do próprio presidente que, antes da votação, disse, em alto e bom
tom: “Eu peço para que o deputados, tanto da situação quanto de oposição, votem
contra o pedido de investigação, em favor do governador do estado, como é de
costume nesta Casa.”
Apesar disso, Mauro Rubem acredita que, por
mais que o processo de impeachment não prossiga, devido à necessidade de apoio
da maioria parlamentar, é necessário mostrar a indignação dos deputados de
oposição e da população. A mesma vontade que colocou Marconi no poder.”
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