Altamiro Borges, Blog do Miro
“O folião Aécio Neves esbanjou valentia
nesta quarta-feira: “O governo que se prepare, vamos voltar quentes depois do
carnaval”. Em entrevista ao jornal O Globo, o tucano rejeitou as críticas de
setores da própria oposição de que teria se ausentado na disputa pela
presidência do Senado. Há até quem afirme que ele fez corpo mole para conseguir
um cargo. “Lamento profundamente que alguns senadores do PSDB não seguiram a
orientação da bancada, apesar do apelo enfático que fiz”, afirmou,
mineiramente, o mineiro.
O Globo até insistiu. “O senhor está sendo
criticado por não ter discursado da tribuna no dia da eleição”. Emparedado, ele
despistou: “Falar ou não no plenário, naquele dia, era bobagem, podia ou não
ter falado... Mas o governo que se prepare, vamos voltar quentes depois do
carnaval. Vamos fazer uma oposição cada vez mais qualificada, clara e firme”. Mas
“por que só a partir de agora”, queixou-se o jornal da famiglia Marinho. “É
natural que na segunda metade do governo as críticas fiquem mais contundentes”,
respondeu.
A entrevista confirma que a candidatura de
Aécio Neves continua cambaleante, tropeçando pelas beiradas. Nem a direita
midiática e partidária confia muito no folião mineiro. A avaliação é que o
senador é fraco politicamente, um “grande ausente” – como afirmou nesta semana
a colunista da “massa cheirosa” da Folha, Eliane Cantanhêde. Até o presidente
do PSDB, Sérgio Guerra, anda se queixando da “timidez” do pretenso
presidenciável do partido. “O Aécio precisa mostrar mais a cara. Eu tenho dito
isto a ele diariamente”.
Diante de pressão, Aécio Neves garante que
vai mudar de atitude. Após a gandaia do carnaval, afirma, “vamos voltar
quentes” – ele só não explica em que sentido. “Mas não é só no parlamento.
Fazer discurso no plenário não é o que repercute mais. Temos que ir para a
sociedade mostrar o pífio desempenho do governo na economia, descontrole da
inflação, o intervencionismo que afasta investidores e baixo orçamento na
Segurança”. Preocupado com o poder de sedução de Eduardo Campos, outro provável
presidenciável, ele até ironiza:
“Não estamos no divã para saber se somos
governo ou oposição. Somos oposição e vamos disputar o governo em 2014. Sabemos
o nosso caminho e somos alternativa ao que está aí. Para bom entendedor...”.
Mas logo recua: “O Eduardo Campos é meu amigo... Vejo com muita alegria o
crescimento do PSB. Talvez ninguém tenha ajudado tanto esse crescimento como
nós em Belo
Horizonte. Quem vê o crescimento do PSB com preocupação não
somos nós. O Eduardo Campos é muito bem-vindo. Quanto mais candidatos (em 2014)
melhor para o Brasil”.
Em síntese: Aécio Neves continua
cambaleante. Quem sabe depois do carnaval...
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