A imagem. Meninos
de rua dormem na calçada no centro de São Paulo. Miserere.
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Oliveiro Pluviano, CartaCapital
A essência excepcional dessa obra vem principalmente do agudo, quase um grito de dor, de difícil execução, cantado por uma soprano ou uma criança por quatro vezes, depois de uma parte confiada a um ou dois intérpretes de canto gregoriano. No YouTube procurem a versão dos Tallis Scholars na igreja romana de Santa Maria Maggiore, que usam três coros de cinco, duas e quatro pessoas, com o som mais alto confiado a uma mulher. Ou também aquela do Kings College Chapel Choir com a voz de um menino.
O papa Urbano VIII compreendeu
imediatamente as qualidades surpreendentes dessa composição quando Allegri
apresentou-a a ele por volta de 1630. Foi executada para as Tenebrae, a cerimônia religiosa que se
realizava antes do amanhecer nos últimos três dias da Semana Santa. Quinze
velas eram apagadas, uma após a outra, depois da leitura dos Salmos. A derradeira
ficava escondida atrás do altar, deixando a igreja na mais completa escuridão, tenebro em latim. O trepidar que se
seguia era impressionante: cada um dos presentes começava com os pés, com
objetos de madeira, com papel, a fazer um barulho crescente, até chegar ao
fragor terrível, a simbolizar o terremoto que sobreveio à morte de Jesus. Mas a
vela atrás do altar trazia de volta a luz e a paz, como Cristo com sua
ressurreição.”
Artigo Completo, ::AQUI::
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