Diego Hypólito
momentos antes
de cair de cabeça
no ginásio de Londres.
Chamá-lo de
perdedor é desqualificar
injustamente o
atleta que desbravou a
ginástica olímpica
masculina no Brasil |
Fernando Vives, CartaCapital
Na saída do ginásio londrino, os olhos marejados e a fala embargada mostraram um atordoamento impressionante do ginasta brasileiro: “Caí de novo, decepcionei de novo. Quero pedir desculpa de novo por esse fracasso e essa competição horrorosa. Não sei o que aconteceu comigo. Tantas pessoas me deram apoio e me incentivaram. Cheguei aqui e caí, caí de cara. Estou decepcionado e bravo comigo.”
A entrevista dá dimensão de quanto Hypólito se cobra na carreira, que agora já entra na reta final (dificilmente chegará até o Rio 2016). Mas ele acaba sendo injusto consigo mesmo ao se vender como um perdedor. Não é.
Diego Hypólito desbravou a ginástica artística masculina no Brasil, onde tínhamos zero tradição na modalidade. Levou o ouro 17 vezes no Mundial da categoria. Em Pequim 2008, mesmo com o erro, ficou na sexta colocação. Os futuros ginastas olímpicos brasileiros já saberão melhor o que fazer e que erros não cometer ao preparerem-se para uma olimpíada. Basta perguntarem a Hypólito, basta estudar seus erros, que foram decisivos, e seus acertos, que foram muitos.
A má fama de Diego Hypólito hoje em dia faz parte de uma certa cultura brasileira que exige ídolos fenomenais e atira pedras em quem rasteiramente julga perdedor, mesmo que não seja. É preto ou branco, embora o mundo seja quase sempre cinza.
Talvez o primeiro grande nome dessa leva de
atletas tenha sido o goleiro Moacir Barbosa, um dos ícones do Vasco chamado de
Expresso da Vitória no fim dos anos 1940. Acusado de “frangar” no gol uruguaio
que derrotou o Brasil na final da Copa de 1950, só deixou de ser vilão quando
idoso. Repetia nas entrevistas antes de morrer: “No Brasil, a maior pena é de
trinta anos, por homicídio. Eu já cumpri mais de quarenta por um erro que não
cometi.”
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Comentários
No Brasil, é assim. Me lembro do Guga, do Sena e de outros. Ninguém apoia, ninguém patrocina, mas depois que o cara se faz grande, aí é "BRASILEIRO". Aí todo mundo apóia. Aí todos querem ser o pai da criança.
Só que as vezes não dá. Mas valeu mesmo assim.
Atenciosamente,
Jean-Claude Van Damme.