Mário Augusto Jakobskind, Direto da Redação
“Mais uma vez o colunista de O Globo,
Merval Pereira (na foto de fardão ao lado de tucanos de alta linhagem),
se supera, claro que para baixo. Agora, em comentário sob o título “Pela
Liberdade de Expressão”, o jornalista imortal aborda o tema de forma simplória
e tendenciosa.
Ao atacar governos latinoamericanos que
julga estarem criando restrições à liberdade de imprensa e de expressão,
Pereira abre as baterias, para variar, contra a Presidenta argentina Cristina
Kirchner.
Aí o colunista de O Globo menciona o que
considera “expropriação” da fábrica de papel que estava sob controle do grupo
Clarin. Encerra o parágrafo afirmando que a medida faz parte de “uma já longa
disputa pelo controle da informação pelo governo de Cristina Kirchner,
prosseguindo o projeto que foi iniciado no governo de seu falecido marido
Nestor Kirchner”.
Nesta visível demonstração de desacreditar
a Presidenta, como se ela não tivesse iniciativa própria, o jornalista imortal
omitiu um fato relevante que ajuda a entender melhor o acontecimento.
A fábrica de papel na época da ditadura era
de propriedade de empresários que foram reprimidos com extrema violência, um
deles assassinado, pelo general Rafael Videla, hoje cumprindo pena de prisão
perpétua pelos crimes cometidos neste período, inclusive sumiço de bebês
entregues a famílias vinculadas à repressão. A fábrica de papel mudou de
proprietário a força e caiu nas mãos do grupo Clarin.
Merval Pereira não mencionou o fato,
limitando-se a protestar repetindo os argumentos apresentados pela Sociedade
Interamericana de Imprensa e, claro, pelo grupo Clarin. E quem tiver
curiosidade deve consultar a Biblioteca Nacional para verificar qual foi a
posição de O Globo sobre a ditadura argentina.
Em relação ao Equador, o perdão de Rafael
Correa de uma multa alta decretada pela Justiça contra o jornal El
Universal e um ex-editorialista por difamação ao presidente foi considerado por
Pereira, não como um ato de grandeza, mas de fraqueza, para atender à pressão
internacional. Pereira culpa Correa por tudo, como se decisão da Justiça
dependesse dele, dando a entender que o Poder Judiciário no Equador não é
autônomo.”
Artigo Completo, ::Aqui::
Comentários