Leonardo Sakamoto, Blog do Sakamoto
"Gosto muito das pessoas que dizem o que
pensam na cara. Sem muitas mediações. “Sakamoto, você é um idiota.” Sen-sa-cio-nal!
O “deixa-disso” do brasileiro cordial, a tentativa de por panos quentes em
tudo, me dá nos nervos. Pois ignoramos, dessa forma, a realidade como ela é,
enquanto que entendê-la seria peça fundamental para a nossa evolução como
indivíduos e sociedade. Meus amigos que passam uma temporada na Europa ou mesmo
na vizinha Argentina voltam mais diretos e sinceros. “Japonês, esta sua ideia é
péssima. Você gastou todo esse tempo e dinheiro para elaborar isso?” Amo esses
tapas na cara.
Por isso, saúdo com bastante entusiasmo a
propaganda que uma montadora está veiculando com relação a um de seus modelos nobres.
O corpo de um rapaz começa a desaparecer durante o trabalho. Ele não consegue
nem mais segurar a xícara de café, vai ficando invisível. Então corre para uma
concessionária, entra no carro em questão e volta ao normal. Ao final, quando
está saindo do trabalho com um mulher bastante atraente, um homem –
provavelmente seu chefe – diz que ele andava sumido.
Para assisti-la, clique aqui (agradeço ao pessoal do UOL Carros por
encontrar o anúncio).
Mais explícito que isso só duas pessoas em
uma balada, um vestido de Ferrari ridicularizando o outro que está de Fiat 147,
de bicicleta ou sem nada.
Se você está ficando “transparente” para
seus amigos e colegas, a solução é adquirir um produto e através dele o pacote
simbólico que traz consigo. Quem acha que a Coca-Cola, Apple ou Fiat vendem
refrigerantes, tecnologia e carros, respectivamente, está enganado. Vendem
estilos de vida. Do que somos. Do que gostaríamos de ser. Do que deveríamos ser
– não em nossa opinião, necessariamente, mas de uma construção do que é bom e
do que é ruim. Construção essa que vem, não raras vezes, de cima para baixo.”
Artigo Completo, ::Aqui::
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