Mauro Santayana
“A cada ano, quando chega a época da Cúpula
Presidencial dos BRICS – a quarta edição desse encontro acaba de terminar em Nova Delhi, a capital
indiana – torna-se cada vez mais evidente, para o observador atento, o patético
esforço da mídia “ocidental” (entre ela boa parte da nossa própria imprensa) de
desconstruir a imagem de uma aliança geopólítica que reúne quatro das cinco
maiores nações do planeta em território, recursos naturais e população e que
está destinada a modificar a o equilíbrio de poder no mundo, no século XXI.
Essa estratégia – com a relativa exceção
dos meios especializados em economia - vai de simplesmente ignorar o encontro,
à tentativa de diminuir sua importância, ou semear dúvidas sobre a unidade dos
principais países emergentes, tentando ressaltar suas diferenças, no lugar do
reconhecer o que realmente importa: a política comum dos BRICS de oposição à
postura neocolonial de uma Europa e de um EUA cada vez mais instáveis, que se
debatem com um franco processo de decadência econômica, diplomática e social.
Para isso, a mídia ocidental – incluindo a
“nossa” - ignora os despachos das agências oficiais dos BRICS, principalmente
as russas e as chinesas, que ressaltam a importância do Grupo e de suas
iniciativas para suas próprias nações – o Brasil inexplicavelmente ainda não
possui serviços noticiosos em outros idiomas, coisa que até mesmo Angola
utiliza, e muito bem – e se concentra em procurar e entrevistar observadores
“ocidentais” ou pró-ocidentais situados em esses países, que se dedicam a
repetir a cantilena da “impossibilidade” do estabelecimento de uma aliança
geopolítica de fato entre o Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do
Sul, baseados nos seguintes argumentos:
- A “distância” entre o Brasil, a África do
Sul, e a Rússia, a índia e a China, como se em um mundo em que a informação é
instantânea e um míssil atinge qualquer ponto do globo em menos de quatro
horas, isso tivesse a menor importância.”
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