“Responsável pelo caso afirma que decisão
da Assembleia não afeta apuração; hoje ele ouve Major Olímpio
Fausto Macedo, O Estado de S.Paulo
A inércia e o pouco caso da Assembleia
Legislativa de São Paulo, que transformou em pizza o escândalo da venda de
emendas parlamentares, não vão contaminar a investigação do Ministério Público
Estadual.
"A decisão dos deputados não atinge
minha apuração, de jeito nenhum. Em nada afeta ou altera o propósito do
Ministério Público de tentar esclarecer os fatos", afirma o promotor de
Justiça Carlos Cardoso.
Hoje, 82 dias depois de o deputado Roque
Barbiere (PTB) denunciar que entre 25% e 30% de seus pares "enriquecem bem
vendendo emendas a empreiteiras e prefeitos" o promotor tomará o primeiro
depoimento nos autos do inquérito que conduz - o deputado Major Olímpio (PDT),
que aponta importante testemunha da trama, Terezinha Barbosa. Ela afirma
conhecer "artifícios criminosos" de parlamentares.
Carlos Cardoso integra os quadros da
Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social, braço do Ministério
Público que ataca corrupção e improbidade. Com 23 anos de experiência, ele
reconhece que está diante de um "grande desafio", mas afirma que sua
investigação "vai até o fim".
Por
que até agora o deputado Roque Barbiere, delator do mercado de emendas, não
depôs?
Ele tem alegado que está com dois
familiares na UTI. Assim que essa situação se resolver ele vai comparecer à
promotoria e eu vou aguardar. Ele não é investigado, é testemunha.
Na
Assembleia o escândalo das emendas acabou em pizza. A decisão dos
deputados não atinge sua investigação?
De jeito nenhum, em nada afeta ou altera o
propósito do Ministério Público de tentar esclarecer os fatos.
O
sr. teme que com essa decisão o Legislativo não colabore com a promotoria?
Prefiro não emitir juízo de valor de
natureza política. Prefiro me ater ao âmbito jurídico da questão, onde eu tenha
liberdade de atuar sem que haja qualquer tipo de constrangimento.
Prevê resistências dos parlamentares às
suas solicitações?
Eu não tenho razão objetiva para acreditar
nisso, pelo menos até agora.”
Entrevista Completa, ::Aqui::
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