Luiz Gustavo Pacete, Portal IMPRENSA
“Lugares,
pessoas, instituições e situações recebem estigmas, quase sempre difíceis de
serem desfeitos e que causam efeitos devastadores para seus protagonistas. A
Tríplice Fronteira - Brasil, Paraguai e Argentina - vive essa realidade. Apesar
de as imagens sobre a região replicadas em inúmeras reportagens serem
verdadeiras quando tratam de tráfico, contrabando e conflitos de terra, o
reforço de estereótipos pejorativos incomoda as pessoas que vivem na região. Sobretudo,
os jornalistas, que, além de lidar com os desafios locais da cobertura,
precisam esclarecer e desfazer os prejuízos do resultado de "um jornalismo
mal apurado dos colegas" e reconquistar as fontes arredias.
IMPRENSA esteve
nas três cidades - Foz do Iguaçu, Cidade do Leste e Porto Iguaçu - com o
objetivo de ouvir de jornalistas dos três países suas condições de trabalho. A
reportagem constatou que eles se incomodam com o resumo feito por equipes de
jornalismo que vão, fazem uma "apuração apressada" e contribuem para
"proliferar clichês" sobre a região. Os jornalistas ouvidos por
IMPRENSA não omitem que a região lida com desafios básicos e complexos, mas são
unânimes em ressaltar que, desde que atuam na Tríplice Fronteira,
jamais conseguiram detectar focos de terrorismo. Uma revista brasileira, uma
equipe de televisão argentina e agências internacionais fizeram, em poucos
dias, matérias do tipo, com métodos, segundo ele, de apuração
"questionáveis e nada eficientes".
O caso mais
extremado e que causa furor às fontes locais, principalmente às de origem árabe
- a região concentra a segunda maior colônia árabe do Brasil - são matérias
apontando que existem células terroristas na região. Para a correspondente do
jornal Paraguaio La Nación na Cidade do Leste,
Mariana Ladaga, "eles [as fontes de origem árabe] se fecharam para falar
com os jornalistas, principalmente depois que alguns veículos publicaram que
existe terrorismo na fronteira. Isso é um absurdo! Trabalho aqui há anos...
Você acha que profissionalmente não seria um belo furo? Não afirmo que não
exista, mas nunca vi indícios. Este tema tem nos incomodado, e principalmente a
eles [fontes], que estão cansados", reclama. Mariana destaca que hoje,
para falar com essas fontes, precisa ter cuidado na abordagem e convencê-las do
teor da matéria.
A revista Veja não é "bem-vinda" entre os árabes e descendentes na
região. Sua matéria de capa, "A Rede do Terror no Brasil", publicada
na edição 2211, de 6 de abril, que fala sobre células de terrorismo no país
repercutiu não somente do lado brasileiro, mas também no Paraguai e na
Argentina. Edgardo Barchuk, repórter da Rádio Cataratas e do jornal Primeira Edición, que trabalha na cidade argentina de Porto Iguaçu, também reclamou
da reportagem da Veja e de uma equipe de um canal de Buenos
Aires, que foi para a região, fez uma "rápida apuração" e polemizou o
tema. "Isso não pode ser dessa maneira. Em ambos os casos [da revista Veja e do canal argentino], são jornalistas que não conhecem o contexto,
não vivem aqui, não estão próximos da situação. Como podem vender esse tipo de
coisa, sendo que nós não conseguimos enxergar isso?", rebate.”
Artigo Completo,
::Aqui::
Comentários
Esse País não precisa dessa porcaria que só publica lixo.
Fora, Veja desgraçada!!! Deixem esse País em paz, bando de hipócritas!