As crianças da Somália e os hipopótamos do Okavango


Edival Lourenço, Revista Bula

“As imagens são de arrepiar. De cortar o coração. Isto é, para quem ainda tem pele que arrepia e coração para ser cortado num golpe de indignação diluída em elétrons de misericórdia. As crianças dilaceradas pela fome no Chifre da África, região nordeste que abrange os países da Somália, Etiópia, Djibouti e Eritreia, chegam a 10 milhões. 29 mil já apagaram por absoluta carência de proteína nos últimos 90 dias, só na Somália, segundo um levantamento do Centro de Controle de Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. E este número pode explodir nos próximos dias, pois a ONU afirma que pelo menos 640 mil crianças somalis se encontram no estado extremo da fome absoluta.

O grupo fundamentalista Al Shabab, que se diz aliado da rede Al Qaeda, é quem atualmente domina as partes mais afetadas da região. O grupo alega que tudo não passa de mentiras do Ocidente. Que tudo vai muito bem, obrigado, que não há surto de fome coisa nenhuma. E assim, O Al Shabab não permite a entrada dos socorristas das organizações de ações humanitárias.

O Ocidente (ou comunidade Internacional?) faz corpo mole, cara de paisagem. Alega que não é possível fazer muita coisa para tirar as crianças da garra da morte, de serem usadas como combustível de uma estratégia odiosa e infernal de dominação política. Afinal, não é de bom alvitre intervir nas questões internas dos países, é preciso respeitar a autonomia e o destino das nações, o livre-arbítrio dos povos, blábláblá-blábláblá.”
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Comentários

Cássio disse…
Engraçado que este discurso de intervenção não é usado na Líbia.