Alunos frequentam aula vestindo saia para protestar contra preconceito


Alunos frequentam aula vestindo saia para protestar contra preconceito. (Foto: Marcelo Camargo/ABr)

Estudantes de colégio particular em SP usam saia para protestar. A ação foi em protesto contra preconceito de que teriam sido vítimas dois estudantes


Cerca de 50 alunos, entre meninos e meninas, vestiram saia hoje (10) para assistir às aulas no colégio particular Bandeirantes, uma instituição tradicional da zona sul da capital paulista. A ação foi em protesto contra preconceito de que teriam sido vítimas dois estudantes, na semana passada.

Na quinta-feira (6), o aluno João Fraga, 16 anos, vestiu-se com roupas femininas para a festa junina do colégio. Segundo os estudantes, porém, João teria sido repreendido pelo professor de biologia Juvenal Shalch, que teria pedido ao aluno para que se retirasse da sala e trocasse de roupa. Posteriormente, Shalch teria comentado com outros colegas da turma que João confundiu a festa caipira da escola com a Parada Gay, que ocorreu no domingo (2) em São Paulo.

O professor confirmou ter feito o comentário, mas informou que não teve a intenção de parecer preconceituoso. “Eu falei para o João: assim você não vai entrar. O Bandeirantes não é uma escola de bairro. Nós temos alunos que são budistas, desde o judeu ortodoxo ao liberal, adventistas e muitos não admitem”, disse. O professor declarou também que não esperava tamanha repercussão na imprensa. “Nós estamos, hoje, presos a ditadura do politicamente correto. Qualquer coisa que você fala sem querer é motivo de falsas interpretações”, acrescentou.

O colégio Bandeirantes não impõe uso de uniformes e, de acordo com Emerson Bento Pereira, coordenador de relações institucionais, também não há qualquer tipo de restrição quanto às roupas que os alunos usam para assistir às aulas. Porém, quando, na sexta-feira (7), outro aluno, Pedro Brener, de 17 anos, chegou à escola usando uma saia longa em solidariedade ao colega que teria sido discriminado um dia antes, foi levado à sala do diretor da escola. “Fui para a sala do diretor pedagógico e ele falou que eu podia ofender alguém, mas disse que poderia ficar no Bandeirantes naquele dia. Mas, na quinta aula, eu fui mandado para casa e eles não me deram razões”.
Segundo o coordenador de relações institucionais, a escola pediu para que o pai do aluno fosse buscá-lo por questões de segurança. “Ele estava trajando uma vestimenta que, para região que a gente vive, a gente tem visto a todo momento, na imprensa, agressões morais ou físicas por questão de gênero. O Bandeirantes não tem nenhum problema com questão de gênero, mas havia uma preocupação com a integridade do aluno”, explicou.

Pedro disse que não concordou com a atitude da escola. “Eu não entendi muito bem, por que eu estaria mais seguro fora do colégio do que dentro? Eu achei [a atitude] desnecessária. Acho que ela [escola] podia ter abraçado a discussão, mas preferiu agir dessa maneira. Espero que agora eles mudem de postura e incluam a discussão no colégio”, disse.”

Comentários

Anônimo disse…
Bando de enrustido,falta do que fazer!!!
Homem com H disse…
Falta do que fazer é ficar preocupado com que o outro faz com o cu !!! Homem que é homem nem tá aí se existe gay, lésbica, travesti, isso que é coisa de enrustido, ficar preocupado com a opção sexual das pessoas denota que a pessoa "preocupada" tá louquinha pra ser gay !!! O que tem de fiscal do fiofó alheio não tá escrito em nenhum lugar. E o povinho medíocre do Brasil nunca vai conseguir aceitar as diferenças que existem entre as pessoas.
Flávio Augusto disse…
O colégio militar da minha cidade expulsou minha colega por ter pintado o cabelo de azul e na IFTM estuda uma garota que raspou as laterais da cabeça e deixou só o cabelo em cima, comprido e vermelho.

Sinceramente eu acho uma forma um tanto exagerada de chamar a atenção mas temos a liberdade, independente se fulano ou ciclano é de tal religião.
E se eu, sendo espírita, resolver agir com preconceito à budistas ou judeus e até mesmo evangélicos?

"Cada um com seu cada um, e deixa o cada um dos outros."
Anônimo disse…
O colégio em que eu estudei obrigava o uso de uniforme e não permitia o uso de piercings e outras coisas. O objetivo é fazer com que os alunos, uma vez dentro da escola, focassem no estudo e não em roupa da moda ou sei lá mais o que. Da porta da escola pra fora podem fazer o que bem entenderem.
É a norma da instituição, assim como em um colégio militar. Muitas empresas colocam normas parecidas para seus funcionários. Se não gostou, ninguém está te obrigando a ficar ali.
Anônimo disse…
Protestar o caralho eles simplesmente querem aparecerem...uns ota´rios sem noçao!!!
Homem com H disse…
Esses anônimos, que estão criticando, pelo jeito nunca ouviram falar do colégio Bandeirantes, ô povinho burro!!! Vai ver onde esses "otários sem noção" vão fazer faculdade! USP, UNICAMP, UNESP, Santa Casa, UFRJ e por aí vai, otário é quem critica e não tem coragem de por a cara pra bater!
Dig disse…
Quando eu pensava que só tinha babacas no mundo adolescente, aparecem alguns e surpreende com o que sempre caracterizou os jovens..."ATITUDE"
Valeu molecada é assim que se faz!!!!