Gabriel Bonis, CartaCapital
“É demolidor sair nas ruas todos os dias e
imediatamente se assumir que a pessoa tem um preço. Isso é uma barreira para a
liberdade.” É assim que a presidente da União de Mulheres Alternativas e
Resposta de Portugal, Maria José Magalhães, define o preconceito contra as
mulheres brasileiras na sociedade portuguesa, em conversa com o site de
CartaCapital, por telefone.
Para enfrentar esse problema no país
lusitano, diversas ONGs portuguesas, entre elas a Umar, aderiram ao “Manifesto
Contra o Preconceito às Brasileiras” (veja aqui),
motivado pela criação do programa de animação Café Central, da rede de
televisão estatal portuguesa RTP, no qual há apenas uma mulher.
No programa, a personagem brasileira Gina é
retratada como “prostituta e maníaca sexual, alvo dos personagens masculinos do
programa”, relata o manifesto. “Trata-se de um desrespeito a todas as mulheres,
pois ironiza sua possibilidade de exercer uma sexualidade livre.”
“Nossas companheiras de todas as
nacionalidades ficaram horrorizadas ao ver como a imagem da brasileira estava
sendo retratada”, aponta Magalhães. “Estamos avaliando a possibilidade de fazer
uma denúncia às autoridades da Comunicação Social de Portugal.”
A associação da imagem das brasileiras à
sexualização na Europa não é novidade e está relacionada a diversos fatores,
entre eles o elevado número de prostitutas brasileiras vivendo e trabalhando no
continente. Segundo dados de 2008 da Organização Internacional de Migrações
(IOM), braço da Onu, são mais de 75 mil.
“É fato que a mulher brasileira desperta
muito interesse sexual e isto poderá lhe causar alguns constrangimentos e
situações de assédio”, afirma a doutora em Ciências Sociais
e pesquisadora do Centro em Rede de Investigação em Antropologia, do Instituto
Universitário de Lisboa, a brasileira Vanda Aparecida da Silva.”
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