Destruião da natureza faz parte do plano político de Bolsonaro


 por Fernando Brito, Tijolaço -

Amazônia, cerrado, pantanal, agora entram as restingas e manguezais na lista das áreas que o Governo Bolsonaro abre à desvastação, com a revogação de uma portarias que protegiam estes ambientes especialmente propícios à reprodução da fauna e de outra, que protegia o entorno de reservatórios de água, algo no qual o nosso país, com imensas áreas de represas e barragens, tem oportunidade de reparar os danos ambientais que, inevitavelmente, estas intervenções humanas causam.

Não é por acaso que isso está acontecendo, em meio ao quadro dramático de incêndios que chamam a atenção do mundo e que, depois de uma pequena chuva que os reduziu, voltou a consumir com força a vegetação nativa.

Faz parte da, perdoem-me o termo, “estratégia da escrotidão” que este governo se esmera em aplicar.

O ecossistema é uma “frescura”, serve apenas para fazer bons negócios na agropecuária, no turismo, nas ocupações com resorts , marinas e hotéis.

Recordem-se que Bolsonaro, desde o início, declarou sua guerra de morte contra a Área de Proteção Ambiental dos Tamoios, em Angra dos Reis, que ofereceu em leilão aos príncipes da Arábia Saudita.

Ricardo Salles, o ministro da devastação, é apenas um agente de Jair Bolsonaro. É um personagem menor, insignificante, que está onde está apenas porque não tem caráter para agir por conta própria, mas como operador das ordens destruidora de seu chefe.

Mas – e não venham com preocupação ambiental de investidores – tem o apoio indisfarçado das confederações da Indústria e da Agricultura.

É possível que as decisões tomadas hoje caiam na Justiça, até porque a pura e simples revogação das normas de ocupação deixa um vácuo regulatório que contraria a obrigação do poder público estabelecida no artigo 225 da Constituição (“preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas”).

Mas isso não eclipsa o que deliberadamente se vai tentando fazer, o estabelecimento da liberdade do dinheiro – e não raramente dinheiro sujo, de origem espúria – de dominar as áreas glamurosas do nosso território, para negócios e fruição de poucos.

Cria uma camada de estupidez pública, em nome do “progresso” que favorece a sua verdadeira motivação.

A aliança com fazendeiros, garimpeiros, madeireiros e grileiros que se vai afirmando com o governo nas áreas florestais é, nas franjas litorâneas, com máfias turísticas e milícias.

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