por Fernando Brito, Tijolaço -
Jair Bolsonaro anunciou ao país ter tido resultado positivo para Covid-19 no dia 7 de julho. E, na ocasião, já declarou que estava sendo medicado com a hidroxicloriquina.
Há 12 dias, portanto.
Os poucos estudos que apontaram alguma eficácia neste medicamento – e foram ensaios limitados e desacreditados – falavam na redução a praticamente zero da taxa viral em cinco dias (associado à azitromincina) ou a menos de 50%,neste prazo, se ministrado como terapêutica única.
Ontem, o presidente anunciou outra droga, a nitazoxanida, comercializada como o vermífugo Anitta, experimentado como alternativa antiviral há muito tempo, mas igualmente carente de uma única comprovação como medicação para o novo coronavírus.
A pergunta é: se a cloroquina é “tiro e queda”, porque Bolsonaro está apelando a outra medicação de eficácia não comprovada e com efeitos colateriais comuns de diarreia, náuseas e hepatotoxicidade?
Para que modificar, a esta altura, um tratamento que estaria sendo bem sucedido?
Bolsonaro, claro, continua usando sua própria suposta doença para promover-se como charlatão.
Vai acabar dando margem a que se pergunte, no caso de Bolsonaro se curar, se o vermífugo, afinal, será mesmo eficaz?
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