O que é o 'Lincoln Project', grupo de republicanos que tenta impedir a reeleição de Trump

O 'Lincoln Project' é formado por republicanos insatisfeitos com o rumo que o partido tomou sob o comando de Trump,
Entre os apoiadores do democrata Joe Biden na corrida pela Casa Branca, um grupo em especial tem se destacado entre os desafetos do presidente Donald Trump. Formado por estrategistas republicanos insatisfeitos com o rumo que o partido tomou sob o comando de Trump, o Lincoln Project tem a missão declarada de impedir sua reeleição e vem ganhando atenção com uma série de anúncios criticando o presidente americano.

 

Veiculados muitas vezes nos intervalos dos programas de TV preferidos de Trump, esses anúncios parecem ter como objetivo não apenas convencer outros republicanos a apoiar Biden mas, principalmente, irritar o presidente e provocar uma resposta. E os esforços têm dado resultado.

Em um dos vídeos mais comentados, divulgado em maio, o grupo transformou o famoso slogan "Morning in America" ("Manhã na América"), usado na campanha de reeleição de Ronald Reagan em 1984 para projetar otimismo com a situação do país, em "Mourning in America" ("Luto na América"), ao criticar a resposta do governo federal à pandemia de covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.

Diante de imagens de ruas desertas, prédios em ruínas, pessoas em longas filas e em corredores de hospital e uma bandeira americana de cabeça para baixo, o narrador diz que Trump ignorou o "vírus mortal" e que a economia está "em frangalhos".

"Sob a liderança de Donald Trump, nosso país está mais fraco, mais doente e mais pobre", afirma o narrador. "E, agora, os americanos se perguntam: se tivermos outros quatro anos disto, ainda existirá uma América?"

A divulgação do vídeo provocou reação imediata de Trump, que disparou uma série de tuítes, no meio da madrugada, chamando os membros do grupo de "perdedores" e de "RINO (sigla em inglês para "republicanos só no nome") que fracassaram terrivelmente 12 anos atrás, e novamente oito anos atrás, e então foram seriamente derrotados por mim, um estreante na política, quatro anos atrás".
O ataque de Trump serviu para alavancar a popularidade do Lincoln Project e impulsionar a arrecadação de doações para o grupo. O vídeo já teve mais de 30 milhões de visualizações, e o perfil do grupo no Twitter tem mais de 1,3 milhão de seguidores. Calcula-se que tenha arrecadado mais de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,3 milhões) em decorrência dos tuítes do presidente.

"Nós agradecemos a ele por toda a publicidade gratuita que tem dado ao nosso movimento e aos nossos esforços", disse o estrategista político Reed Galen, um dos fundadores do grupo, em artigo publicado pela rede NBC. "Mas sua incapacidade de se controlar ilustra ainda mais sua inaptidão para o cargo."

Missão de 'derrotar o trumpismo'

Criado em dezembro do ano passado, o Lincoln Project é um chamado "super PAC" (sigla em inglês para Comitê de Ação Política). Essas organizações não são ligadas oficialmente a nenhum candidato ou partido, mas podem arrecadar quantidade ilimitada de fundos e fazer campanhas a favor ou contra candidatos ou causas.

Os fundadores do Lincoln Project são conservadores conhecidos por suas posições anti-Trump, muitos deles veteranos de campanhas de candidatos republicanos. Fazem parte do grupo nomes como Steve Schmidt, que trabalhou para George W. Bush e coordenou a campanha presidencial do senador John McCain em 2008; John Weaver, que trabalhou para McCain, George H.W. Bush e na campanha presidencial de John Kasich em 2016; e o consultor Rick Wilson, também veterano de várias campanhas republicanas e autor de um livro intitulado Everything Trump Touches Dies ("Tudo o que Trump toca Morre").
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