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A eclosão de manifestações nos Estados Unidos e no Brasil contra a violência que atinge os negros volta a lançar luz sobre a desigualdade e a representatividade racial nos dois países.
por Matheus Magenta e Luis Barrucho
Da BBC News Brasil em Londres -
A BBC News Brasil selecionou abaixo dezenas de indicadores oficiais em seis tópicos acerca da disparidade racial.
Em resumo, em relação aos brancos, os negros brasileiros e americanos têm menos escolaridade, acesso à saúde e emprego. Morrem mais de covid-19 e em intervenções policiais. São sub-representados no sistema político e na indústria cultural.
Os negros somam 55% da população brasileira e 12% da americana.
Cada país adota sua própria metodologia para classificação racial ou étnica. No Brasil, ela é mais flexível e em torno da autodeclaração, sendo ligada a aspectos físicos e socioculturais, por exemplo.
Negros é a soma de pretos e pardos. Nos EUA, a regra é mais rígida — baseada na ascendência — para se definir como negro.
Nos Estados Unidos, a taxa de analfabetismo é menor que a do Brasil (1%). Mas a desigualdade entre brancos e negros também está presente.
Segundo a Avaliação Nacional de Alfabetização Adulta (NAAL, na sigla em inglês), 24% dos negros têm alfabetização abaixo do nível básico (enfrentam dificuldades para ler e compreender um texto simples), contra apenas 7% dos brancos.
O abismo persiste quando se avalia a educação superior em ambos os países.
No Brasil, o porcentual de pretos e pardos que concluíram a graduação cresceu de 2,2%, em 2000, para 9,3% em 2017, segundo o IBGE, em grande parte devido às cotas. Apesar disso, os negros não alcançaram os brancos. Entre a população branca, esse índice é de 22%, mais do que o dobro dos negros diplomados.
Nos Estados Unidos, o porcentual de negros com pelo menos o diploma de graduação é de 21%, contra 35% dos brancos.
Segundo o IBGE, pretos e pardos tinham um rendimento domiciliar per capita de R$ 934 em 2018. No mesmo ano, os brancos ganhavam quase o dobro — em média, R$ 1.846.
Nos Estados Unidos, ocorre situação semelhante. Lá, a renda é medida anualmente. Segundo o Censo americano, os negros têm uma renda domiciliar média de US$ 41,3 mil por ano, um pouco mais do que a metade da dos brancos (US$ 70,6 mil).
A taxa de desemprego entre os negros também é maior que a dos brancos.
Segundo o IBGE, a taxa de desocupação entre os negros em 2018 foi de 14,1%, contra 9,5% entre os brancos.
Nos Estados Unidos, naquele mesmo ano, o índice de desemprego entre os negros era de 6,5%, o dobro do dos brancos, de 3,1%, segundo uma análise do think tank Economic Policy Institute com base em dados do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos.
Negros também são mais pobres do que os brancos, em média.
Segundo o IBGE, em 2018, 15,4% dos brancos viviam na pobreza, enquanto que esse percentual era maior entre pretos e pardos: 32,9%.
Matéria Completa, ::AQUI::
Em resumo, em relação aos brancos, os negros brasileiros e americanos têm menos escolaridade, acesso à saúde e emprego. Morrem mais de covid-19 e em intervenções policiais. São sub-representados no sistema político e na indústria cultural.
Os negros somam 55% da população brasileira e 12% da americana.
Cada país adota sua própria metodologia para classificação racial ou étnica. No Brasil, ela é mais flexível e em torno da autodeclaração, sendo ligada a aspectos físicos e socioculturais, por exemplo.
Negros é a soma de pretos e pardos. Nos EUA, a regra é mais rígida — baseada na ascendência — para se definir como negro.
1. Dobro da taxa de analfabetismo
No Brasil, a taxa de analfabetismo entre os negros (9,1%) de 15 anos ou mais é superior ao dobro da taxa de analfabetismo entre os brancos da mesma faixa de idade (3,9%), segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2018, 6,8% da população brasileira era considera analfabeta.Nos Estados Unidos, a taxa de analfabetismo é menor que a do Brasil (1%). Mas a desigualdade entre brancos e negros também está presente.
Segundo a Avaliação Nacional de Alfabetização Adulta (NAAL, na sigla em inglês), 24% dos negros têm alfabetização abaixo do nível básico (enfrentam dificuldades para ler e compreender um texto simples), contra apenas 7% dos brancos.
O abismo persiste quando se avalia a educação superior em ambos os países.
No Brasil, o porcentual de pretos e pardos que concluíram a graduação cresceu de 2,2%, em 2000, para 9,3% em 2017, segundo o IBGE, em grande parte devido às cotas. Apesar disso, os negros não alcançaram os brancos. Entre a população branca, esse índice é de 22%, mais do que o dobro dos negros diplomados.
Nos Estados Unidos, o porcentual de negros com pelo menos o diploma de graduação é de 21%, contra 35% dos brancos.
2. Taxa de emprego e renda per capita menores
Os negros ganham menos do que os brancos tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.Segundo o IBGE, pretos e pardos tinham um rendimento domiciliar per capita de R$ 934 em 2018. No mesmo ano, os brancos ganhavam quase o dobro — em média, R$ 1.846.
Nos Estados Unidos, ocorre situação semelhante. Lá, a renda é medida anualmente. Segundo o Censo americano, os negros têm uma renda domiciliar média de US$ 41,3 mil por ano, um pouco mais do que a metade da dos brancos (US$ 70,6 mil).
A taxa de desemprego entre os negros também é maior que a dos brancos.
Segundo o IBGE, a taxa de desocupação entre os negros em 2018 foi de 14,1%, contra 9,5% entre os brancos.
Nos Estados Unidos, naquele mesmo ano, o índice de desemprego entre os negros era de 6,5%, o dobro do dos brancos, de 3,1%, segundo uma análise do think tank Economic Policy Institute com base em dados do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos.
Negros também são mais pobres do que os brancos, em média.
Segundo o IBGE, em 2018, 15,4% dos brancos viviam na pobreza, enquanto que esse percentual era maior entre pretos e pardos: 32,9%.
Matéria Completa, ::AQUI::
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