A morte a mil


 por Fernando Brito, Tijolaço -

Faz tempo, já mostrei aqui que o novo coronavírus brasileiro tira meio expediente nas estatísticas durante o final de semana, embora não se acanhe de continuar infectando e matando.

E os números deste final de semana mostram que a marca das mil mortes diárias está para cair esta semana, basta fazer as contas.

Segunda passada, dia 11, a contagem das mortes registradas no domingo foi de 396. Hoje, de 674.

Na terça, dia 12, de volta aos “dias úteis”, foram 881. Mantida a proporção de aumento (70%), seriam inacreditáveis quase 1.500 mortes.

Ainda que a proporção nos seja mais gentil, é muito provável que passemos das mil mortes em um só dia, portanto.

E o que estamos fazendo?

Nos apressando para que um general, conhecido por punir soldados amarrando-os a carroças e fazendo-as puxar em um quartel, leve ao presidente um protocolo para a pataquada da cloroquina?

Usando a capacidade logística do país para entregar 6% dos respiradores prometidos?

Berrando para que as pessoas saiam do isolamento social e transformem mil em dois mil mortos?

Vivendo o lobby para nomear ministro um bucéfalo que diz que diz que isso é “uma porra de um viruzinho” e que acha que o voto das mulheres estraga a democracia?

Já não precisamos de psiquiatras, precisamos é de veterinários e de domadores de bestas.

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