Via DCM -
Publicado originalmente no blog de Jeferson Miola
Por Jeferson Miola
Depois de uma semana de recolhimento desde
que assumiu o cargo, o novo ministro da saúde finalmente reapareceu e
mostrou a que veio.
Na reaparição, Nelson Teich confirmou que
tem todas as credenciais para ser um ministro sob medida para o
necro-governo do genocida Bolsonaro.
Continua difícil, por enquanto, entender
quais foram as motivações pessoais e profissionais – ou os interesses
negociais – que levaram Nelson Teich a aceitar ficar encaixotado dentro
do pacote fechado que Bolsonaro lhe impôs.
Ele ganhou o cargo assumindo de antemão o
compromisso de implementar a estratégia genocida previamente definida, e
de ser tutelado por um general como seu vice-ministro – ou o general
como o ministro real, enquanto ele, como “médico” [ou empresário da
saúde privada], empresta um verniz técnico à operação.
É certo, entretanto, que a
ciência, as melhores experiências internacionais para o combate da
COVID-19 e as normas científicas da OMS foram totalmente descartadas
pelo novo titular do ministério da Saúde [ou ministério da Morte].
Na 1ª entrevista desde seu desaparecimento a la Queiroz,
Nelson Teich recitou direitinho o plano do governo. E este plano não é
nada alentador: consiste em começar a flexibilização do isolamento
social e em submeter a população a um “darwinismo sanitário”, até expor
70% da comunidade ao contágio.
Esta opção, como a experiência
internacional ensina, poderá produzir centenas de milhares de cadáveres.
Uma vez exponenciada, a propagação do vírus somente será contida depois
de muita devastação produzida, quando será tarde demais para conter os
efeitos desta opção irresponsável e criminosa.
A Inglaterra, país que conteve a tempo
esta estratégia estúpida adotada inicialmente por Boris Johnson, só não
viveu uma hecatombe sanitária graças à resposta eficiente do seu sistema
de saúde pública, o NHS [National Health Service, o Serviço Nacional de Saúde, em inglês], o equivalente do SUS no Brasil.
Outro dia, na saída do Alvorada, durante
seus habituais vômitos para a matilha bolsonarista, Bolsonaro
interrompeu um repórter que queria saber a respeito das estatísticas de
infectados e mortos pela infecção por coronavírus e respondeu: “Ô, ô, ô, cara. Quem fala de …. eu não sou coveiro, tá?”.
Neste aspecto, Bolsonaro está coberto de razão. Ele não é o coveiro. O coveiro é o Nelson Teich.
Ele, Bolsonaro, é o carniceiro que tem uma incontrolável pulsão pela morte.
Comentários