por Fernando Brito, Tijolaço -
O salto (5%) da Bolsa de Nova York, hoje, tem poucas chances e se sustentar.
Ele foi animado pelo aceno do Federal Reserve – replicado, horas de pois, por um comunicado do FMI e do Banco Mundial, de que se poderiam adotar medidas de expansão do crédito e mesmo de empréstimos a governos para financiar o combate ao coronavírus.
Natural, dinheiro é seu alimento e nada melhor que ser vendido barato.
O passo seguinte, porém, é o corte de impostos. Isto é, a transferência de renda pública para bolsos privados.
Os Estados nacionais, porém , estão “no talo”. Não é só no mundo dos pobres, como nós, que eles não arrecaam o suficiente para cumprir suas tarefas e governança e de provimento de serviços sociais.
Em poucos lugares – e certamente não aqui – existe espaço para cortar mais despesas públicas, que desde 2015 vêm sendo impiedosamente podadas.
As dívidas públicas, por toa a parte, se tornaram imensas. Não seria um problema em economias em expansão, é um drama nas que ficam estagnadas ou se contraem.
Mas não é o único nem o maior dano social.
A produção e os serviços, que geram renda e consumo, afundam – levando junto o emprego – e experimentamos isso nos últimos cinco anos.
E o vírus da pobreza, que ao menos estava parcialmente contido, volta a grassar.
A crise do coronavírus não para bancos, bolsas, financistas, para a produção, a atividade humana em fábricas, escritórios e serviços.
É esta que tem de ser recuperada.
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