A vida real atropela “O Mercado”

por Fernando Brito, Tijolaço -

Segunda-feira será um dia “daqueles” para a turma do dinheiro, porque a “vida real” – essa esquecida – vai bater em cheio no mundo dos índices e telas de computador do mercado financeiro.

Economia, por mais que a tentem desumanizar, é feita de gente e há um grave problema para “as gentes” do mundo, que não está só naquele mundo “exótico” do Oriente, que ocupou o noticiário, por um mês, dos que estavam preocupados em ter peças eletrônicas e em exportar minério ou carne, apenas.

E que, depois, só se apresentou em “picadinho”: primeiro caso ali, tantos casos acolá.

E que até as autoridades sanitárias trataram como se não fosse o que escandalosamente é, uma pandemia, preocupada, talvez, em não estressar o paciente global.

Aos números, para mostrar que estamos diante de um quadro de expansão, não de controle, desta pandemia.

Entre os dias 20 e 29 de fevereiro, o número de casos variou de 76.677 para 88.581. Nestes nove dias finais de fevereiro, a média de novas infecções foi de 1.323 por dia.

Dali a 7 de março, passou a 106.099 casos, um acréscimo, por dia, de 2.503 pessoas doentes, quase o dobro.

E subindo, porque o número ontem foi de 4 mil novos casos.

Há sinais de uma interrupção maior das atividades: ontem, a Itália decretou o bloqueio total da região da Lombardia – Milão incluída – com um “ninguém entra, ninguém sai” e considera fazer o mesmo na região de Veneza.

Populações mais velhas, como a europeia, sofrem mais com a doença e vai acontecer o mesmo quando a quantidade de testes nos Estados Unidos se multiplicar, porque também lá já não é apenas a contaminação de viajantes e há uma disseminação de casos muito menos concentrada que em outros países, o que é péssimo para medidas sanitárias, como a que tomou o prefeito de Nova York, Mario Cuomo, ao colocar a cidade em estado de emergência.

O impacto disto, na economia, na segunda-feira, será imenso, ajudando milhões – e não milhares – a “pegarem” coronavírus em suas vidas.

Sem máscara que o detenha.

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