por Fernando Brito, Tijolaço -
Hoje, Elio Gaspari escreveu em sua coluna sobre o criminoso empoderamento das polícias militares brasileiras:
Nos últimos 20 anos deram-se pelo
menos 12 motins e seis greves de policiais militares. Só na Bahia, cujo
Bope matou o miliciano Adriano, as rebeliões foram três, numa das quais
foi necessária a intervenção do Exército, como sucedeu também no Rio de
Janeiro, Ceará, Minas Gerais, Tocantins e Espírito Santo. Em todos os
casos os amotinados foram socorridos por anistias votadas pelas
Assembleias Legislativas e pelo Congresso. O último perdão beneficiou os
amotinados do Espírito Santo, e o anterior afagou indisciplinados de 19
Estados. Vetado por Dilma Rousseff, durante a Presidência de Michel
Temer o Legislativo derrubou o veto e promulgou a anistia. Ninguém deu
um pio. Quase sempre, tiveram no deputado Jair Bolsonaro um aliado.
Não pode existir insurreição armada, porque isso não é greve, é motim. E motins são inaceitáveis.
Sendo civis, teriam todo o direito de parar. Se querem – e querem – ser militares, que aceitem as limitações de serem uma tropa, não simples trabalhadores.
Não é a hora de se recriminar – embora o mereça – a atitude imprudente e insensata do Senador Cid Gomes, porque nada do que tivesse feito justificaria ele ser alvejado a com uma pistola .40, que lhe perfurou o pulmão.
A sua atitude foi o corolário de uma sequência de absurdos, como o de policiais a paisana circulando por Sobral, de armas em punho, exigindo o fechamento do comércio.
Isso não vai ser interrompido com atos que repitam os métodos truculentos dessa gente que acha que é à força que se resolvem impasses.
Infelizmente, parece que a síndrome do “fazer na marra” espalhou-se dos amotinados para os que têm de manter a calma e a lucidez.
Mas, como temos diariamente o exemplo presidencial de que é na agressão ou no revide que está a razão, não se pode dizer que a epidemia de loucura esteja controlada no país.
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