Contas de outubro confirmam queda forte no comércio exterior



por Fernando Brito, Tijolaço -

Deveria ser o contrário, porque o dólar sobre valorizado (e muito, em boa parte do mês) deveria estimular as exportações.

Mas o que se viu, em outubro, foram as exportações brasileiras despencarem, não apenas na comparação com o período no ano passado, mas também em relação a setembro, mês em que já se enfrentou o perrengue da crise argentina, nosso terceiro maior destino comercial.

Os números divulgados hoje pelo Ministério da Economia (aqui, em PDF) revelam uma queda de 20,4% na comparação anual (out19/out18) e de 11% em relação a setembro deste ano, que já havia caído um tanto igual diante de agosto.

O saldo final da corrente de comércio foi de mero US$ 1,2 bi, contra US$ 5,8 bi de outubro de 2018.

O acumulado no ano, que desandou de julho para cá, anda na casa de US$ 34,5 bilhões, o que faz prever menos de US$ 40 bilhões no fechamento de 2019.

Isso é mais de 20% abaixo do ano passado e ainda mais, se considerados os R$ 53 bilhões de saldo esperados no início do ano.

Ruim pelos números, pior pela tendência e baixa que vem se acentuando. E pelo fato de que a queda no saldo, considerado o acumulado deste ano, não se dá por um aumento de importações que assinalasse uma retomada da economia produtiva, demandando mais matéria prima, partes e equipamentos.

Ao contrário, o desempenho de nossas compras externas está estável, coerente com o estado de estagnação econômica do país.

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