Tereza Cruvinel: é preciso “conter fardados e togados”


"Seja quem for o presidente eleito, terá que fortalecer as Forças Armadas, parar com a mania de Temer de acioná-las em qualquer aperto, e de mantê-las no cercado da missão constitucional", diz a jornalista Tereza Cruvinel em sua coluna no Jornal do Brasil, alertando, ainda, para uma "bagunça institucional"

por Tereza Cruvinel, Brasil 247 -

  "'Em meu governo, militar não fala em política', disse ontem o candidato do PT, Ciro Gomes, em sabatina aos jornais O Globo/Valor. Se fosse presidente, acrescentou, demitiria e prenderia o comandante do Exército, general Villas Bôas", ressalta a jornalista Tereza Cruvinel em sua coluna no Jornal do Brasil.

"Finalmente, um representante do poder civil enfrenta o assanhamento dos militares, em alta desde que o presidente Temer, para compensar sua debilidade e ilegitimidade, resolveu lhes dar corda e protagonismo", continua.
A jornalista acrescenta que "o vice de Bolsonaro, general da reserva Mourão, além de cultuar o torturador Ulstra, elucubrou sobre a possibilidade de o futuro presidente aplicar-se um auto-golpe para fazer reformas".

"Seja quem for o presidente eleito, terá que fortalecer as Forças Armadas, parar com a mania de Temer de acioná-las em qualquer aperto, e de mantê-las no cercado da missão constitucional. As razões da crise que levou o Brasil à degradação que espanta o mundo dão um rosário mas certamente incluem a bagunça institucional gerada pela hipertrofia do poder do Judiciário e de forças auxiliares, como Ministério Público e Polícia Federal", diz.

A jornalista lembrou a declaração do ministro do STF Gilmar Mendes de que é preciso "colocar freios" nas instituições. Gilmar citou as recentes acusações contra os presidenciáveis Geraldo Alckmin (PSDB), Fernando Haddad (PT) e a prisão do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), candidato ao Senado. "Em 2012, o STF marcou o julgamento da ação penal 470, a do mensalão, para período coincidente com o da campanha. Em 2014, o PT sofreu os efeitos do vazamento cronometrado de delações da Lava Jato sobre a corrupção na Petrobras. Mas é bom sinal que os militares voltem a ser lembrados de que estão sob o poder civil e que haja no Judiciário disposição para 'colocar freios'", disse ela.

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