Previsões para 2016

Fábio de Oliveira Ribeiro, GGN

"Em janeiro o STF despacha Eduardo Cunha da Câmara para a Papuda. Assim que iniciar o ano a imprensa brasileira começará a cobrir o possível fracasso das Olimpiadas.

Em fevereiro Aécio Neves pula carnaval no Rio de Janeiro fantasiado com a faixa presidencial. Militantes petistas o elegem Rio Momo e o Bem-Te-Vi diz que vai garantir a carreira dele.

Em março manifestações violentas em favor da ditadura são ferozmente reprimidas pelas Forças Armadas. Espancados e presos os golpistas exigem democracia. "Fracasso das Olimpiadas é iminente" será a manchete mais publicada no país.

Em abril Dilma Rousseff inaugura novas obras nas regiões, norte, sul, centro-oeste e nordeste. Em São Paulo várias escolas do Centro Paula Souza viram cinzas e se juntam ao Museu da Língua Portuguesa, Memorial da América Latina e Liceu de Artes e Ofícios. "Lula e Dilma sabiam que a Olimpiada seria um fracasso" diz a Veja, sendo intensamente repercutida nos jornais.

Em maio morre um tucano importante. Vários tucanos graúdos e um volumoso Ministro do STF que estavam migrando para depositar flores aos pés do falecido o encontram no Inferno. Este será o acidente aéreo mais comemorado desde que o Brasil foi descoberto. "O PSDB pretende acionar a Justiça para obrigar Dilma, Lula e o PT a indenizar o Brasil por causa do fracasso das Olimpiadas."diz Aécio Neves durante o enterro de vários dos seus colegas de quadrilha.

Em junho Aécio Neves tenta pela ducentésima vez se tornar presidente não consegue e acaba internado no mesmo Rehab que a atriz norte-americana que o apoiou durante a campanha presidencial. O romance com a mocinha viciada em pó o afasta do Brasil. "Nada mais pode salvar o PT do fracasso das Olimpiadas. Derrota de Lula em 2018 já é dada como certa." - série especial exclusiva do Jornal Nacional durante uma semana apresentada por Willian "CIA agent" Waack.

Em julho Aécio Neves volta pra o Brasil e tenta a presidência pela ducentésima primeira vez. O MBL vai às ruas em favor do seu herói e, confundido com uma micareta de estudantes secundaristas, é violentamente dispersado pela PM.

Geraldo Alckmin pede pessoalmente perdão ao Kin Kataguiri na UTI do Mandaqui. “Quem manda aqui sou eu, os PMs que o agrediram serão afastados.” - dirá o governador bandeirante fazendo cara de jagunço. "Possível sucesso das Olimpiadas deve ser creditado ao esforço da oposição" - matéria de capa da Folha de São Paulo assinada pelo Otavinho, sempre ele.

Em agosto Aécio Neves volta para o Rehab, mas é recusado. “És pagina virada, descartada do meu folhetim” se torna o hino dos adversários do PSDB durante a campanha eleitoral para prefeito em várias capitais. Aloysio Nunes tenta proibir a música e acaba sendo atropelado pelo trem de novos baianos que querem derrubar Carlinhos Malvadeza do pedestal. "Apesar da incompetência de Dilma Rousseff e da culpa de Lula, as Olimpiadas são um sucesso do Brasil e dos brasileiros que foram às ruas de verde e amarelo" - matéria do Estadão com uma entrevista exclusiva da musa das passeatas que proporá a criação de uma nova modalidade olímpica (nado sincronizado de tetas siliconadas).

Em setembro as campanhas eleitorais começam a pegar fogo. Aproveitando a ocasião os tucanos incendeiam a USP. Vaza na internet o vídeo feito com celular de Geraldo Alckmin assistindo o incêndio pela TV, tocando lira e dizendo que imitará Nero quando este cantou a Eneida durante o incêndio de Roma:

“Qualis et unde genus, qui sint mihi, Tulle,
Penates, quaeris pro nostra semper amicitia. si
Perusina tibi patriae sunt nota sepulcra, Italiae
duris funera temporibus, cum Romana suos egit
discordia civis, (sic mihi praecipue pulvis
Etrusca, dolor, tu proiecta mei perpessa es
membra propinqui, tu nullo miseri contegis ossa
solo), proxima supposito contingens Vmbria
campo me genuit terris fertilis uberibus.”

Um professor chamuscado da USP ridiculariza Geraldo Alckmin dizendo que ele cantou uma Elegia de Propércio e não a Eneida. “Se tivesse estudado o governador não ficaria queimando museus e escolas!” dirá o professor
Em outubro da CPI dos incêndios paulistas descobre que faltou água para apagar as chamas e culpará São Pedro pelas tragédias. Alckmin receberá o prêmio de gestão incendiária assim como recebeu o de gestão hídrica em 2015.

Novembro será um mês terrível para o PT. O partido terá que governar mais capitais do que jamais governou e se verá obrigado recrutar pessoas de outros partidos para preencher milhares de vagas em cargos de confiança. Michel Temer oferecerá seus peemedebistas, mas será rejeitado. Temer era vice-decorativo, perdeu a presidência e acabou naufragando no vício pejorativo de cobrar e receber propinas e terá que se defender no Judiciário com risco de ir para a prisão antes de dar baixa num asilo de luxo.

Em dezembro de 2016 Aécio tentará novamente ser nomeado presidente. Não sem antes impugnar o Papai Noel no STF porque o bom velhinho usa vermelho como Dilma Rousseff e tem barba branca como Lula. Dias Tofolli concede a liminar, mas pedirá desculpas à nação dizendo que não queria proibir o Natal e sim impedir sua apropriação ideológica pela ditadura petista.

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