Por que Aécio mudou de ideia sobre participar de um “governo Temer”

“Quer meu jatinho emprestado?”
Kiko Nogueira, DCM

Aécio Neves recuou da ideia de participar de um eventual governo Temer. No início de dezembro, uma reunião entre ele, Serra e o ex-vice apartamento decorado teria selado um acordo de “cooperação”.

Não durou 20 dias.

Em entrevista à Folha, Aécio disse o seguinte sobre a possibilidade de Temer assumir: “A posição da maioria do partido e a minha é de que não devemos sequer pensar em cargos.”

Mais: “O método será o que vigorou na última década, do qual o PMDB foi parceiro? Da distribuição de nacos do poder sem qualquer critério? Não falo de um passado remoto, falo de meses atrás.”

Para Aécio, “até aqui ele [Temer] foi um instrumento desse governo que acabou com o Brasil. Ele foi um parceiro permanente e ativo da gestão que fez o Brasil retroceder 20 anos. E tenho uma convicção pessoal: só enxergo o Brasil resgatando sua credibilidade e esperança no momento em que um novo governo for eleito.”

Temer pode ser cassado, junto com Dilma, no TSE, além de ter se revelado um evidente barco furado indigno de confiança, como demonstrou com a imortal carta. Aécio tem outra agenda com dois tucanos dos quais precisa se livrar.

De um lado, José Serra, que articula um ministério num governo Temer com vistas a 2018. Num Roda Viva, Serra disse estaria pronto para ajudar. “Como foi com o Itamar”, falou.

Do outro lado está Geraldo Alckmin, que daqui a três anos sai como pré candidato natural à presidência montado no estado de São Paulo.

Num seminário em seu instituto, FHC resumiu o drama: “Um quer que a Dilma saia hoje. Outro, que tenha nova eleição. Outro, que ela fique até 2018. Até entendo que todo político tenha seus interesses pessoais, mas tem hora em que temos que entender que há algo maior em jogo, o país”.

Em matéria de pensar no interesse do país e não nos particulares, Fernando Henrique deixou de ser referecia há algum tempo. Mas o diagnóstico de seu partido está correto.

2016 promete."

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