O factóide de Temer que não pegou

Luis Nassif, GGN

No julgamento do “mensalão”, o Ministro Gilmar Mendes conseguiu a adesão furiosa do respeitado Celso de Mello apelando a um estratagema: o factoide em torno da conversa com Lula no escritório de Nelson Jobim.

Antes, conseguiu derrubar Paulo Lacerda através de um provável embuste: o tal grampo sem áudio da conversa com Demóstenes Torres. Conseguiu prorrogar a CPI do Grampo com uma falsificação: um relatório interno da segurança do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre um grampo jamais comprovado.

Em três campanhas eleitorais, José Serra apelou para o mesmo estratagema: operações policiais na véspera criando um clima de conspiração. Foi assim com a Operação Lunus, que liquidou com a candidatura de Roseana Sarney; com a dos “aloprados” e com a bolinha de papel.

Na véspera do julgamento do ritual do impeachment pelo STF, tentou-se repetir a jogada. “Fontes ligadas a Temer” tentaram espalhar a versão de que o vice estaria sendo vigiado pela ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), sendo fotografado.

Por algum motivo, não colou. Talvez pela revelação tardia das relações umbilicais entre Temer e Eduardo Cunha. Talvez devido aos boatos de que Temer apareceria em mensagens do presidente da OAS como rendo recebido R$ 5 milhões.

Embora fracassando, tudo leva a crer que seria mais uma arma a ser utilizada com o propósito de influenciar as decisões dos Ministros do STF.

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