Mauro Santayana, Blog: Mauro Santayana
A carreira política implica certos ritos e sacrifícios.
A carreira política implica certos ritos e sacrifícios.
Homem do povo, conhecedor das virtudes da discrição e da
humildade, teria sido mais conveniente, por parte do ex-presidente Luís Inácio
Lula da Silva, segurar, entre outras coisas, os ímpetos empresariais de seus
parentes mais próximos.
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Assim, ele teria evitado que seu filho entrasse no campo em
que “brilham” outros rebentos, não tão famosos, de lideranças adversárias, que
chegaram até mesmo a montar empresas no exterior na época das privatizações,
mas que não atraem e, convenientemente, para alguns, nunca atraíram a mesma atenção da
Justiça ou da Mídia.
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Homem preocupado com a separação entre poder e prosperidade,
o ex-presidente uruguaio José Mujica costuma aconselhar quem tem a intenção de
enriquecer a manter distância da política, para poder se dedicar plenamente àquele
tipo de atividade, que, como o próprio nome indica, é privada, em sua essência e
natureza.
Até porque - com muita justiça - como excelente
administrador, possuidor de títulos de Doutor Honoris Causa de algumas das
melhores universidades do mundo e - assim como outros ex-presidentes
brasileiros que receberam milhões da mesma forma - um palestrante bem-sucedido,
que tem muito a dizer em áreas que vão, por exemplo, da recomposição das
reservas internacionais, à expansão do crédito e do consumo e ao combate à
pobreza, Lula teria renda suficiente para cuidar de toda sua família, sem dar a
seus inimigos - que não são poucos - a oportunidade de implantar junto à
opinião pública factóides sobre si mesmo e sua família, como o de ser dono da
FRIBOI, ou de numerosas fazendas cujas escrituras nunca apareceram, sem quase
nunca ter reagido, em anos de sórdida campanha, institucional e juridicamente,
a esses boatos e mentiras.
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Não importa se o Congresso está cheio de empresários, ou de
filhos de empresários, bem ou mal sucedidos, muitos deles processados por suas
atividades profissionais ou com problemas na justiça.
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Não importa se pode parecer injusto limitar a filhos de
operários o acesso ao empreendedorismo, menos quando, como é o caso, trata-se
de filhos de operários que também ocuparam o cargo de Presidente da República.
A História implica, para seus protagonistas, uma abordagem
estratégica que abarque toda a extensão e a natureza dos acontecimentos que a
conformam, em uma determinada época e momento.
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Faz parte da visão do estadista - e Lula pode corrigir isso,
se quiser, no futuro – evitar certas áreas do tabuleiro, controlando não apenas
os bispos e as torres, mas também - sem relaxar e sem benevolência - os peões
mais próximos do Rei, para parar de continuar armando, desnecessariamente, os
adversários, em uma guerra que é, por muitas vezes, tão cruenta quanto
injusta."
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