O áudio explosivo de Delcídio: dinheiro da Alstom e “cunhado” de Serra comandando o delator Baiano. Ouça
Fernando Brito, Tijolaço
O Estadão reproduz, agora à tarde, uma nova gravação feita pelo filho de Nestor Cerveró que deixa bem clara a constatação de que Delcídio Amaral e o ex-diretor da Petrobras se associaram para roubar a empresa durante o Governo Fernando Henrique Cardoso, quando Delcídio, então no PSDB, era diretor da empresa e Cerveró seu subordinado. E que Gregório Marin Preciado, que Delcídio descreve como “cunhado do José Serra” (na verdade casado com uma prima-irmã, próxima a ele) é o homem por trás dos negócios de Fernando Baiano Soares, tido até agora como “operador do PMDB”.
Delcídio está extremamente preocupado com a menção a seu nome e ao da empresa francesa, porque em sua gestão foram compradas turbinas da Alstom para equipar usinas termoelétricas emergenciais – por causa do apagão – em número demasiado. Na sua delação, Paulo Roberto Costa dizia que havia comentários sobre propinas pagas a Delcídio pela multinacional, mas a Procuradoria achou que não havia consistência na denúncia e mandou arquivar.
Diz a matéria do Estadão:
Dezoito minutos depois, porém, vem o trecho que NÃO está na matéria do Estadão.
Quem publicou foi o Valor:
Este trecho começa aos 58;30 minutos.
Será que agora vão interessar as ligações entre o Governo Fernando Henrique Cardoso e de gente ligada ao PSDB nos assaltos à Petrobras.
Ou vai continuar “não vindo ao caso”?
Confira o áudio:
O Estadão reproduz, agora à tarde, uma nova gravação feita pelo filho de Nestor Cerveró que deixa bem clara a constatação de que Delcídio Amaral e o ex-diretor da Petrobras se associaram para roubar a empresa durante o Governo Fernando Henrique Cardoso, quando Delcídio, então no PSDB, era diretor da empresa e Cerveró seu subordinado. E que Gregório Marin Preciado, que Delcídio descreve como “cunhado do José Serra” (na verdade casado com uma prima-irmã, próxima a ele) é o homem por trás dos negócios de Fernando Baiano Soares, tido até agora como “operador do PMDB”.
Delcídio está extremamente preocupado com a menção a seu nome e ao da empresa francesa, porque em sua gestão foram compradas turbinas da Alstom para equipar usinas termoelétricas emergenciais – por causa do apagão – em número demasiado. Na sua delação, Paulo Roberto Costa dizia que havia comentários sobre propinas pagas a Delcídio pela multinacional, mas a Procuradoria achou que não havia consistência na denúncia e mandou arquivar.
Diz a matéria do Estadão:
“(…) o senador não esconde a
preocupação com o fato de Cerveró poder revelar detalhes do envolvimento
dele com a Alstom. “Tá lá assim, acordo de 2010, aí ele bota lá um
troço assim, eu não lembro o nome agora, porque porra rapaz! Eu levei
um…Você imagina, você vai conversar com o cara (André Esteves), de
repente o cara me aparece com uma porra daquela, quer dizer, como é que
esse cara conseguiu? E com as anotações, aí ele diz assim, ele cita o
nome Guimarães operador Delcídio E se..se fosse, que vantagem eu teria
de falar para vocês que eu não…”
Mais à frente, no diálogo, Delcídio
tenta confirmar com Bernardo Cerveró e com Edson Ribeiro que o
ex-diretor não mencionaria ele e a Alstom na delação, e é tranquilizado
pelos dois que relembram um acordo de Nestor Cerveró com as autoridades
do país europeu nas investigações da Alstom para não ser processado lá.
Ao saber disso, o próprio senador conclui que havia “dinheiro da Alstom”
mantido no exterior pelo ex-diretor Internacional.
“BERNARDO: Isso foi aquela estória
que no final você falou. Que no final eles (MPF) jogaram. A gente sabe
que vocês fizeram que você fez acordo com a Procuradoria que é um acordo
de confidencialidade mas, que em off o tal do procurador suíço
DELCIDIO: Mas ele (Cerveró) chegou a fazer algum acordo com aquele procurador suíço?
EDSON: Foi fez. Pagou
DELCIDIO: Mas a título de que ele fez?
EDSON: Pagou. Pra não ser processado.
BERNARDO: Pra não ser processado lá.
DELCIDIO: Ah por causa de depósito em conta?
EDSON: Todo dinheiro que tava lá na Suíça ficou pra Procuradoria da Suíça. Então ele foi processado e o assunto morreu aí.
DELCIDIO: Pois é. E esse dinheiro era
o dinheiro da Alstom? Ah foi por isso que ele fez o acordo?Entendi. Ele
nunca me falou isso”.
O trecho com a conversa sobre a Alstom está a partir dos 40 minutos do vídeo que está no final do post.Dezoito minutos depois, porém, vem o trecho que NÃO está na matéria do Estadão.
Quem publicou foi o Valor:
“E você vê como é que ele é [Fernando
Baiano], como é matreiro? A delação, quando ele conta quando ele me
conheceu, quando eu era diretor e o Nestor era gerente [da Petrobras].
Que ele foi apresentado a mim por um amigo, que ele poupou, que é o
Gregório Marin Preciado. E as conversas que nós ouvimos é que em uma
dessas reuniões que ocorreram, eu não sei com relação a qual desses
projetos, houve uma reunião dessa na Espanha que os caras já rastrearam
quem ‘tava’ nessa reunião. E existiu um espanhol nessa reunião que eles
não souberam identificar. Bingo, é o Gregório!”
Delcídio prossegue dizendo: “Ou seja, Fernando está na frente das coisas, mas atrás quem organiza é o Gregório Marin”.
Em seguida, o senador — preso
preventivamente por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) — relata um
almoço com o também senador José Serra (PSDB-SP) e sugere que ambos
conversaram sobre Preciado no contexto da Operação Lava-Jato. O
empresário, de origem espanhola, é casado com uma prima de Serra.
Delcídio se equivoca e diz que Serra é cunhado de Preciado. “O Serra me
convidou para almoçar outro dia… Ele [Gregório] é cunhado do Serra. E
uma das coisas que eles levantaram nessa reunião na Espanha, eu não sei
[se] sobre sondas ou Pasadena, mas houve um reunião na Espanha, e
existia esse espanhol que não foi identificado. E é o Gregório. É o
Gregório. O Nestor conheceu o Gregório”, diz.”
O jornal procurou a assessoria de Serra, que procurou se fixar na
identificação errada do parentesco (Gregório, na verdade, é casado com
uma prima-irmã de Serra) e a afirmar que as relações entre ambos são
“estritamente familiares”. Não é verdade, os dois foram sócios num
terreno do Morumbi, dado em garantia de uma dívida com o Banco do Brasil
e vendido antes que fosse arrestado por falta de pagamento.Este trecho começa aos 58;30 minutos.
Será que agora vão interessar as ligações entre o Governo Fernando Henrique Cardoso e de gente ligada ao PSDB nos assaltos à Petrobras.
Ou vai continuar “não vindo ao caso”?
Confira o áudio:
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