A história de Eduardo Cunha e Cláudia Cruz está na Bíblia

Eles
Kiko Nogueira, DCM

A história de Eduardo Cunha e Cláudia Cruz tem um antecedente bíblico no episódio sobre o casal Ananias e Safira — uma crônica de ambição, dinheiro, poder, fé e enganação.

Está no livro de Atos dos Apóstolos, capítulo 5, no Novo Testamento.
Os primeiros seguidores de Jesus consideravam suas posses como sendo daquela pequena comunidade de cristãos, de maneira a ser usadas em prol dos necessitados.

Ananias vendeu suas terras — mas guardou, secretamente, uma parte da quantia amealhada. Quando apresentou sua doação a Pedro, recebe uma reprimenda: “Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade?”, questiona o chefe. “Não mentiste aos homens, mas a Deus”.

Imediatamente, Ananias, segundo o relato, “caiu e expirou”.

Três horas depois, sua mulher chegou, sem saber do ocorrido. Pedro perguntou a ela o preço que conseguiram pela venda do terreno. Ela contou a mesma mentira.

Confrontada, Safira tem o mesmo destino de Ananias. “E houve um grande temor em toda a igreja, e em todos os que ouviram estas coisas”.

Cunha frequentava a Assembleia de Deus de Madureira, no Rio, e há suspeitas de que lavou grana através da instituição. Cláudia sonegou seus ativos no exterior, sem declará-los ao Banco Central e à Receita.

No Jornal Nacional, Cunha entregou Cláudia, afirmando que ela deveria ter declarado suas posses e pagado impostos. Seu trust, o tal “Triumph SP”, repassou 1 milhão de dólares para a conta da patroa.

Para sorte dos Cunhas, o dono da Assembleia de Deus Madureira, o pastor Abner Ferreira, não é nenhum São Pedro. Alias, muito pelo contrário.

Em fevereiro, na posse do presidente da Câmara, disse o seguinte: “O Satanás teve que recolher cada uma das ferramentas preparadas contra nós. Nosso irmão em Cristo é o terceiro homem mais importante da República”.

Se o Deus que Eduardo cultua existisse, cobraria o dízimo do fiel. Se Eduardo se desse ao trabalho de ler, eventualmente, a Bíblia e não apenas faturar em cima dela, talvez tirasse alguma lição do drama de Ananias e Safira.

Dada sua compulsão por negar e negar, é mais fácil Eduardo fazer uma releitura dessa passagem à sua maneira. Mais ou menos assim: instado a responder sobre o dinheiro, Ananias pediu para ir ao banheiro, convocou uma coletiva, negou tudo e escafedeu-se, seguido da mulher. Fim.

O evangélico EC é a prova viva de que qualquer um interpreta os textos bíblicos como quer e como pode. Amém."

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