Jornal GGN
"As divergentes manifestações da bancada da oposição diante das investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) e denúncias do Ministério Público Federal do Brasil e da Suíça contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ) provocaram uma racha entre os partidos.
"As divergentes manifestações da bancada da oposição diante das investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) e denúncias do Ministério Público Federal do Brasil e da Suíça contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ) provocaram uma racha entre os partidos.
Os deputados, que antes apoiavam quase por unanimidade o presidente
da Câmara, nas tratativas de mergulhar no processo de impeachment da
presidente Dilma Rousseff, manifestaram uma nota pública, no último
sábado (10), cobrando a saída de Cunha.
A nota foi assinada pelo PSDB, DEM, PPS, PSB e Solidariedade, por
meio dos líderes Carlos Sampaio, Arthur Maia, Fernando Bezerra Filho,
Mendonça Filho, Rubens Bueno e Bruno Araújo, pedindo o "afastamento do
cargo de presidente até mesmo para que ele possa exercer, de forma
adequada, seu direito constitucional à ampla defesa".
Ainda que com a cautela da nota, o movimento dos principais líderes
oposicionistas na Câmara incomodou Cunha e revelou que, apesar de
publicamente solicitaram a queda do presidente da Câmara, eles mantinham
o suporte nos bastidores, uma vez que apenas quatro deputados desses
partidos assinaram o requerimento de cassação no Conselho de Ética.
O que inicialmente era previsto como uma manifestação de decoro
parlamentar aos eleitores, destacando a discordância de um presidente da
Câmara carregar o histórico de denúncias, tornou-se desequilíbrio para a
bancada. A nota rachou a frente da oposição.
Um dos primeiros parlamentares a se manifestar contra foi Paulinho
da Força, do Solidariedade, que afirmou que seria preciso "consertar a
m. que fizemos" e que para ele a publicação foi "um erro, uma besteira,
não acrescentou nada e só criou dificuldade para o nosso lado".
O deputado avaliou que a ação "jogou Cunha nos braços do governo".
Também foi essa a interpretação recebida pelo senador Aloysio Nunes
(PSDB-SP) de um colega do PT. A análise ocorre porque com a investida da
oposição, Cunha estuda atrasar o impeachment para se manter na Câmara.
O temor de Eduardo Cunha é que, depois da decisão do STF e assim
sob a responsabilidade única pelo pedido de abertura de impeachment de
Dilma Rousseff, os partidos da oposição só se interessem por sua
permanência até que dê início ao processo de queda da presidente.
Um dos que assinou a nota pública, o líder do DEM, Mendonça Filho,
revelou que o tema também gerou divergências na sigla, segundo
reportagem da Folha de S. Paulo. "Temos que conviver com o debate
interno", afirmou, posicionando-se que a oposição nao pode servir para
"blindar Cunha".
A relação de Cunha com o PSDB também ficou desgastada. Graças a
Carlos Sampaio (SP), que além de assinar a nota e motivar a elaboração
da manifestação, afirmou em entrevista que o presidente da Câmara tinha,
"por ora, o benefício da dúvida" sobre as investigações. Nesse meio
campo, Sampaio foi criticado por quem defendia Cunha e por quem esperava
uma postura mais firme da oposição contra ele.
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) também indicou o erro do
partido de "pecar por lentidão", ao não ter desembarcado do núcleo de
apoio de Cunha, mesmo assinando a nota pública. "O PSDB da Câmara está
errando", disse, completando que "era para ter reagido mais rapidamente,
mas ainda há tempo". Já Sampaio respondeu à Folha que a sua bancada
"não será linha auxiliar do PSOL". O PSDB deve reunir a Executiva
Nacional ainda nesta semana para definir uma posição."
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