Lula: até feto na barriga da minha nora é suspeito

"É importante manter as conquistas que tivemos", disse Lula (foto: Dida Sampaio / Estadão Conteúdo)
"Eu sobreviverei. E eles?"

João de Andrade Neto, Conversa Afiada

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da reunião do Diretório Nacional do PT, nesta quinta-feira (29). No discurso de abertura, Lula criticou a perseguição que sofre por parte do PiG, em relação a ele e até aos seus familiares.

"Eu ainda tenho mais três filhos que não foram denunciados e tenho sete netos. Isso não vai terminar nunca. Ainda tenho uma nora grávida, não sei qual é o processo que virá contra o meu neto que vai nascer", ironizou o ex-presidente, após as recentes denúncias contra seu filho, Luis Cláudio Lula da Silva.

Lula garantiu que a campanha difamatória da mídia não irá afetá-lo. “Serão três anos de pancadaria, mas eu vou sobreviver. Tem uma coisa que aprendi: enfrentar a diversidade. Podem ficar certos: eu vou sobreviver. E eles, terão a credibilidade que imaginam?”, indagou.

No encontro, Lula defendeu que a prioridade do PT no Congresso deve ser a aprovação das medidas de ajuste fiscal enviadas pelo governo. "Não podemos ficar mais seis meses discutindo o ajuste e a CPMF. Ou a gente vota, ou não governa e não passa dessa fase", disse. Para o Nunca Dantes, a ação é necessária para a economia voltar a crescer. "Sem a conclusão desse ajuste, ficamos numa confusão política muito grande", ponderou.

O ex-presidente criticou a onda de manobras que a oposição tenta emplacar para derrubar a presidenta Dilma. "Primeiro pediram recontagem de votos. Depois foram 19 pedidos de impeachment e quatro ações no TSE", enumerou o Nunca Dantes, que concluiu: "Se a moda pega, qualquer um que perca a eleição entra com pedido de impeachment".

Lula ressaltou que a crise econômica é mundial. "A economia internacional só vai se recuperar se o mundo voltar a consumir. É o único jeito. Apenas o Brasil no G-20 estimulou isso", disse.

Para o mercado interno, o ex-presidente vê duas soluções: aprovação de impostos ou políticas de crédito. "Por que a gente não faz um crédito consignado para o setor privado? A melhor forma de recuperar receita é voltar a crescer", sugeriu Lula. "O fortalecimento das políticas de crédito já acontece. O Banco do Brasil financia as cadeias produtivas", concluiu.

Apesar do pessimismo com o cenário atual, Lula declarou que é importante comparar os dados de hoje com os de 1999, no governo FHC. "O Brasil quebrou três vezes, teve que pedir socorro ao FMI e aceitou todas as políticas que o FMI mandou cumprir. Temos que mostrar o que foi o governo FHC e dizer a eles: parem de ser bestas", disse o ex-presidente, aplaudido pela plateia.

Além de Lula, participam do encontro o presidente do partido, Rui Falcão, os governadores Wellington Dias (PI) e Tião Viana (AC), o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), o líder do PT no Senado, Humberto Costa (CE) e o líder do PT na Câmara, Sibá Machado."

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