Mercadante: me atacam para fragilizar o governo


"Ministro-chefe da Casa Civil diz ser amigo, ter relação próxima de Lula e que ex-presidente classifica como fundamental a permanência dele no Planalto; petista também dispara críticas ao PSDB; “A oposição que fez a Lei de Responsabilidade Fiscal tem que ter alguma responsabilidade fiscal”, diz, em referência à resistência em aprovar o pacote de cortes no Orçamento; em relação à CPMF, afirma que o problema é o tributo expor irregularidades na contabilidade das empresas; “Qualquer empresa que tenha um caixa dois tem que dar um cheque. E aparece”; e criticou o golpismo demotucano: “Nós vivemos um terceiro turno que não deveria existir, de um setor da oposição que não aceita a derrota e que tem buscado todas as formas de tentar questionar a vontade legítima de uma eleição livre”

Brasil 247

O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, afirma que é um alvo político pela função que exerce e que ela serve, fundamentalmente, como para choque da presidente Dilma Rousseff (PT). Em entrevista ao jornal O Globo, em tom irônico, afirmou seu “alvo especialmente para aqueles que querem fragilizar o governo”, que o Lula não está entre essas pessoas. Ao ser questionado se o ex-presidente acha fundamental que fique, respondeu ter sido “exatamente isso que ele me disse”.


“Hoje (sexta-feira) tomei café com ele. Lula me conhece mais do que qualquer um. Fui seu assessor por pelo menos 20 anos. Estive em todas as campanhas dele desde a primeira, de 1982. Então, a gente tem uma relação muito rica, muito próxima, e ele deixou claro que acha que, neste momento, a Casa Civil é uma função que depende da confiança da presidente, e que é ela que escolhe. Eu só ficarei aqui se eu tiver a plena confiança dela”, declarou Marcadante.

Sobre o ajuste do governo, o ministro alfinetou a oposição que, para ele, precisa ter a responsabilidade fiscal que ela mesma aprovou: “A maioria dos governadores não vai dar reajuste ou nem está pagando os salários em dia. Precisamos fazer um debate maduro e ter uma corresponsabilidade não só do Congresso, de quem temos tido apoio muito grande nas nossas reformas, mas também de uma parte da oposição. A oposição que fez a Lei de Responsabilidade Fiscal tem que ter alguma responsabilidade fiscal.”

Mercadante sustenta que a CPMF é necessária e denuncia que a resistência reside no fato de que esse tributo acaba por expor o caixa dois das empresas.

“Qualquer empresa que tenha um caixa dois tem que dar um cheque. E aparece. Então, gera uma preocupação, mas isso não pode ser o fundamental”, alega. Mercadante conclama o Congresso a compreender que quanto mais rápido as contas forem ajustadas, mais rápida será a queda da taxa de juros, da inflação, e mais rápido o crescimento será retomado.

Sobre a articulação política, afirma que não há sabotagem. Há senão dificuldades inerentes ao processo de nomeações. Segundo ele, a primeira é política, pela disputa entre os parlamentares. A segunda dificuldade é o currículo, que pode ser inadequado e outra é o fato de os ministros não quererem nomear. “Em geral, essas críticas são em off, e aí eu não tenho como rebater”, justifica.

Irônico, Mercadante diz que faz “seguramente” uma autocrítica da atuação: “Os críticos têm toda a razão. É como o consumidor, o cliente tem sempre razão. Na política também é assim: o eleitor também tem sempre razão, o aliado tem sempre razão, nem discuto qual é a crítica.” Disse ainda que reconhece todos os próprios defeitos:     Não importa qual seja, a crítica é bem-vinda.”

Mercadante também condenou o que qualificou de “terceiro turno” de um setor da oposição que não aceita a derrota e que tem buscado todas as formas de tentar questionar a vontade legítima de uma eleição livre, aberta, que foi acompanhada e auditada. “Isso não é bom para a democracia. Nós perdemos muitas eleições e não questionamos o resultado”, argumenta."

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