FHC defende golpe, mas sem adesão a 'governo Temer'


"Consultado sobre a adesão do PSDB à recém criada Frente pró-Impeachment da presidente Dilma Rousseff, o presidente nacional da legenda, senador Aécio Neves, não encampou o movimento, mas também não foi contra; segundo o jornalista Tales Faria, Aécio relatou aos líderes oposicionistas conversa com o ex-presidente FHC, em que argumentou que o vice Michel Temer assumir o lugar de Dilma "seria entregar o poder ao mesmo grupo denunciado na Lava Jato com o PT"; FHC então respondeu: "Podemos apoiar o impeachment, mas não entrar no governo do PMDB. Era como o Getúlio queria fazer na Segunda Guerra. Apoiar os aliados, mas sem entrar"

Brasil 247

Ao ser consultado sobre a adesão do PSDB à recém criada Frente pró-Impeachment da presidente Dilma Rousseff, o presidente nacional da legenda, senador Aécio Neves, não encampou o movimento, mas também não foi contra.

Segundo o blog Além da Notícia, do jornalista Tales Faria, Aécio teria relatado aos líderes da oposição seu último encontro com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Aécio não vê com bons olhos o fato de o vice-presidente Michel Temer assumir o poder, numa eventual saída de Dilma, porque levarai o calendário eleitoral para 2018, quando o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, deverá também pleitear a vaga de candidato pelo PSDB.

O presidente tucano argumentou com FHC que Temer é presidente nacional do PMDB. E que sua posse no lugar de Dilma seria entregar o poder ao mesmo grupo denunciado na Lava Jato com o PT.

Diante do argumento, FHC então respondeu: "Podemos apoiar o impeachment, mas não entrar no governo do PMDB. Era como o Getúlio queria fazer na Segunda Guerra. Apoiar os aliados, mas sem entrar."

"Ou seja, este é o acordo interno no PSDB para aderir à tal Frente Pró-impeachment: o partido apoia, mas não quer dizer que vai aderir a um eventual governo do PMDB. A mesma situação do PT na época do impeachment de Collor: o partido apoiou a posse do vice Itamar Franco, mas não aderiu ao novo governo", diz o jornalista Tales Faria (leia aqui).

A posição de FHC em prol do golpe o põe em rota de colisão com o senador José Serra (PSDB-SP). O senador tucano tem se aproximado cada vez mais do vice Michel Temer. Em caso de impeachment, Serra já chegou até a ser cogitado como ministro da Fazenda, trazendo o apoio de parte do PSDB a um eventual governo Temer. Do cargo, o tucano se lançaria candidato a presidente em 2018, pelo PSDB ou até pelo PMDB (leia mais)."

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