Documento de executivo da Camargo Corrêa cita “taxa” em obra de SP

Dalton Avancini chega para depoimento na CPI da Petrobras, em maio: documento apreendido com ele pode basear investigação em São Paulo
"Relatório da PF destaca taxa de 5,6% que teria sido cobrada na melhoria da calha do rio Tietê, em São Paulo 

Henrique Beirangê, CartaCapital

A Camargo Corrêa se encontra praticamente livre da Operação Lava Jato depois de ter assinado um acordo de leniência com o Ministério Público Federal e um termo de cessação com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Seu executivos, com exceção de João Auler, fizeram delações premiadas e tiveram as condenações reduzidas a cumprimento de pena em regime domiciliar.

No entanto, um exame detalhado nas buscas e apreensões em documentos encontrados na casa do ex-presidente da empresa, Dalton dos Santos Avancini, mostra que se houver interesse dos órgãos de investigação de São Paulo, ainda há muita lenha para queimar.

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Um deles se encontra no relatório 304/2015 da Polícia Federal. Em um dos arquivos encontrados no computador de Avancini foram identificadas seis planilhas relacionadas à ampliação e ao rebaixamento da calha do rio Tietê, em São Paulo, obra do governo do estado.

Entre as várias colunas, o perito da PF destaca que chama a atenção uma “taxa” de 5,6% sobre o valor total da proposta destinada à administração central.
Os cinco lotes da fase II das obras foram vencidas pelas empresas Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS e Camargo Correa, todas investigadas na Lava Jato. A melhorias da calha do rio foram feita em duas fases ao custo de 1,1 bilhão de reais, cerca de 70% superior ao previsto em 2002, quando era estimado em 688 milhões.

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