Altamiro Borges, Blog do Miro
Pegou mal nas redes sociais a denúncia de que o governador tucano Geraldo Alckmin bancou R$ 1,5 milhão dos cofres públicos em publicidade nas 'revistas' do empresário-golpista João Doria Jr. - entre elas, na desconhecida "Caviar Lifestyle", ou estilo de vida caviar. A própria Folha, que revelou o fato escandaloso sem maior alarde, já prepara a operação-abafa. Em matéria nesta segunda-feira (14), ela quase pede desculpas pelo incômodo causado ao generoso amigo do PSDB. "A Folha não registrou a posição do governo em reportagem publicada neste domingo por um problema técnico", lamenta.
Para evitar maiores transtornos - e até um justo
pedido de abertura de CPI na Assembleia Legislativa -, o "picolé de
chuchu" se apressou em justificar a verba milionária em publicidade. Em
nota enviada à Folha - que já fez seu mea culpa -, o governador
alega que a publicação dos anúncios "foi baseada em critérios técnicos".
Afirma, ainda, que a filiação partidária de João Doria, que pertence ao
PSDB e é pré-candidato à prefeitura de São Paulo, "não foi, é ou será o
critério que condiciona a escolha de veículos da comunicação" para
divulgar campanhas publicitários. Pausa para uma baita gargalhada!
No maior cinismo, que só engana os seguidores otários do tucano, a nota
ainda alega que o midiático José Luiz Datena, "historicamente filiado ao
PT", também conta com anúncios do governo tucano - o que provaria sua
isenção. Ela simplesmente omite que há muito tempo o doentio
apresentador da Band é um dos principais detratores do prefeito petista
Fernando Haddad. A nota é um tapa na cara dos paulistas, inclusive nos
que ainda botam fé no ex-seguidor da seita Opus Dei. Ela também revela a
mediocridade da mídia chapa-branca, que agora lamenta "não ter
registrado" a explicação.
Com esta nota risível, Geraldo Alckmin e a Folha acham que justificam o
"caviar" de João Doria. O empresário-picareta, que no passado liderou o
frustrado movimento "Cansei" contra o ex-presidente Lula e que hoje é um
entusiasta das marchas golpistas contra Dilma, poderá seguir
tranquilamente com seu "estilo de vida caviar" e sua falsa retórica
moralista. Parte da grana recebidas em publicidade do Palácio dos
Bandeirantes - R$ 501.200,00 da "Caviar Lifestyle" ou R$ 202 mil da
revista "Meeting & Negócios" - poderá inclusive ser usada na sua
campanha à prefeitura de São Paulo."
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