"Cortar ministério é firula – tem que ter política anti-cíclica !
Paulo Henrique Amorim, Conversa Afiada
Estavam exageradas as pigais notícias de que a economia da China tinha entrado em colapso irremediável e a do Brasil, em consequência, se afundou.
Seria preciso chamar o Armínio NauFraga, aquele que disse ao Mantega que a crise tinha acabado em 2009 e, portanto, a Dilma não podia invocá-la para justificar os apertos aqui.
O Globo dessa terça-feira faz o aviso fúnebre da Dilma em manchete: “China pode agravar crise no Brasil”.
A Urubóloga, infalível nessas horas de cor cinza, anuncia em tom cadavérico: “saída de Temer aumenta a incerteza e agora a situação externa piorou !”.
Em contra-partida, o PiG cheiroso, o Valor, da mesma organização (sic) Globo diz na pág. A2 que “China sinaliza com US$ 10 bilhões em credito para licitações no Brasil e na AL”.
O Valor manda o Globo às favas.
O mesmo Valor cheiroso observa na pág. A5 que as empresas de maior “Valor” - um premio anual para conseguir anuncio… – não vão mudar os planos para 2016.
Empresinhas como Ambev, CCR, Bayer, Tigre, Queiroz Galvao, MBR e Samarco projetam continuar a crescer.
Como a anglo-holandesa Unilever – http://www.conversaafiada.com.br/economia/2015/08/20/maior-empresa-do-mundo-morre-de-rir-da-crise/ – que continuam a ganhar um monte de dinheiro no Brasil e se prepara para ganhar mais.
A crise é profunda … na e da Globo !
Se você desligar a Globo o Brasil melhora !
Se sair de São Paulo, então, melhora ainda mais !
NAVALHA
O Banco Central da China cortou os juros por um quarto de um por cento.
Ao mesmo também afrouxou os limites para permitir que os bancos emprestem mais.
A Bolsa de Shangai continuou a cair, mas as do resto do mundo subiram.
Gostaram do que disse o BC chinês: vai monitorar de perto a liquidez internacional e agir quando necessário: quer manter a liquidez do sistema.
China cuts interest rates Breaking News: China’s central bank has cut interest rates in response to the market turbulence. The People’s Bank of China has slashed benchmark interest rates by a quarter of one percent. That’s not a huge move, but a very significant one given events of recent days. The PBOC has cuts the one-year lending rate to 4.6%, and the one-year deposit rate to 1.75%. It has also lowered the Reserve Requirement Ratio, which governs how much money banks can lend to the economy.
China’s central banks says it took action today to provide “long-term liquidity” and to help support the Chinese economy. The PBOC blames “fluctuations in the foreign exchange market” for causing a shortfall in liquidity, and vows to “closely monitor” changes in liquidity and use various tools to keep it under control.
Isso não vai melhorar com essa firula – como diz o Stedile – de cortar ministérios.
O Conversa Afiada insiste: se é para cortar, que comece pelo Ministério da Justiça.
A combinação de:
- redução do crescimento da China;
- a bolha na Bolsa de Shangai;
- o monte de dinheiro que a política de Quantitative Easing ( “afrouxamento monetário”) do Banco Central americano para reduzir a desaceleração encheu os fundos mútuos de dinheiro. Eles saíram pelo mundo afora – completamente desregrados – a investir em empresas de petróleo: as russas, as chinesas e a Petrobras;
- com a desaceleração da China – o maior importador – e o acordo Estados Unidos-Irã, os preços do barril de petróleo desabaram – de US$ 100 caíram para US$ 40 !;
- o Banco Central americano começou a brincar de avisar que ia aumentar os juros e a Bolsa se assustou;
- a economia europeia ainda não sabe se a Grécia vai dar o calote já ou mais tarde;
Essa combinação vai gerar incertezas e provável desaceleração ainda maior da economia mundial, para desespero do NauFraga (que deve dizer outras coisas aos investidores do seu fundo Gávea …).
Portanto, não basta fechar o Ministério da Justiça e a sediciosa Policia Federal, tão desgovernada quanto os fundos mútuos americanos.
O Governo brasileiro poderia indicar, na mensagem do Orçamento para 2015 uma política anti-cíclica consistente com um necessário ajuste.
E para conferir a credibilidade que lhe falta, dar umas lambadas nas costas dos ricos.
Porque, até agora, o Levy só acertou no lombo dos pobres !
Paulo Henrique Amorim
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