Alexandre Tambelli, GGN
Comentário ao post "Grandes jornais escondem Aécio de seus leitores"
A impressão, sensação que me passa do
momento atual da velha mídia, oposição via PSDB, judiciário aliado e
seus teleguiados é esta:
A bolha maniqueísta
A questão da blindagem do Aécio Neves
passa a impressão, opinião minha, de que a narrativa midiática da velha
mídia (com epicentro na Rede Globo, Veja, Folha e Estadão) em todos
estes anos de Governo petista, baseada no maniqueísmo do bem contra o
“mal”, na dicotomia cansativa de PT (o “mal”) e oposição capitaneada
pelo PSDB (o bem) não pode parar, porque senão acabariam estes grupos de
mídia sem audiência, vendas, publicidade e desacreditados.
E se romperia a BOLHA, um alucinógeno a
que foram todos os personagens da velha mídia e seus seguidores tornados
dependentes. Vou explicar logo à frente esta bolha.
Só mais umas pequenas considerações.
Vivenciamos 13 anos de maniqueísmo
diário do noticiário, até a sua exaustão e a sua radicalidade, onde,
nada do que o Governo Federal faz é positivo e noticiado de forma
positiva e nada do que a oposição via PSDB possa fazer de errado anda
sendo noticiado e nem é considerado errado. Apenas há alguns pequenos
suspiros de pluralidade na Folha de São Paulo, para se vender a ideia da
“imparcialidade”.
Todo o tempo de PT no Governo Federal
está marcado por extremos no noticiário e estes extremos impedem, hoje,
de a velha mídia fugir do figurino que desenhou para si mesma.
Quem é teleguiado da velha mídia vive a
procurar a notícia exata para justificar a sua visão de mundo, para
justificar o seu desapreço para com o Governo Dilma, o PT e LULA e
colocar nas redes sociais cada fato falando mal deste trio.
Se eu
quebrar o espelho que reflete a imagem perfeita do mundo maniqueísta do
bem contra o “mal” eu posso destruir a minha própria condição de
existência, me torno manco e sem seguidores no mundo real, deixo de
vender revista, jornal e de ter audiência em rádio e TV.
Eu criei a impossibilidade do
contraditório, eu criei o maniqueísmo, eu criei a única verdade e não
consigo fugir mais deste script. Esta é a situação real. Vou me tornando
refém da minha própria escolha, caio numa armadilha intransponível: A
BOLHA MANIQUEÍSTA.
O grande jogo do maniqueísmo fez nascer uma BOLHA fechada e sem chances de ser furada.
Esta bolha enredou os jornalistas, os
comentaristas, os políticos oposicionistas, alguns membros do judiciário
e os telespectadores teleguiados numa realidade que não consegue mais
ser explodida.
Foram todos, paulatinamente, se tornando
reféns de um mundo fictício: a bolha maniqueísta, não criado de forma
consciente, primeiramente, o maniqueísmo era apenas uma forma de
defender um modelo de sociedade outro, até se poderiam ver rebarbas do
outro lado dentro dele. Porém, houve as quatro vitórias seguidas do PT e
o modelo de sociedade outro almejado foi sendo descolado da defesa de
uma intervenção outra na sociedade e se tornando um mundo paralelo
rígido, um mundo que não se tratava mais apenas de entender e defender,
que o modelo de sociedade ideal é outro, mas um mundo adoecido, porque
ele começou, aos poucos, até radicalizar-se, a enxergar apenasum inimigo a ser destruído (aquele
que não estava enredado dentro da bolha maniqueísta), e não um conjunto
de pessoas que agem no mundo real com outra Ideologia. De adversário
passou para inimigo.
Na quarta vitória dos de fora da bolha, a bolha se tornou resistente demais para explodir. O inimigo é um vírus resistente.
A bolha foi intensificando paranoias de
que só este mundo fechado na bolha contem a verdade, só lá existe a
salvação do mundo contra o inimigo externo, só lá o “mundo: idealizado” é
possível de existir, e com segurança, porque se extinguiu nele a
possibilidade do diverso e da competição, porque nele se encaixou a
ilusão de que a derrota é porque os de fora da bolha são a encarnação do
“mal” e só vencem o “bem” porque trapaceiam com suas bolsas e cotas. E o
“mal”, na paranoia dos de dentro da bolha, deve/precisa ser extirpado
da sociedade, seja do jeito que der.
Em um mundo perfeito todos os que pensam
outro mundo estão errados, equivocados em divergir dele e acabam sendo
mentirosos e perigosos para este mundo, seríamos nós, os de fora da
bolha: subversivos. Agentes de uma sociedade má, que quer nos levar ao
comunismo, ao bolivarianismo, a um Governo nascido do Foro de São de São
Paulo, sejam lá o que estes termos signifiquem. Na paranoia deles é
coisa má.
Os personagens deste mundo paralelo já
nem agem de maneira real, vivem na farsa que produziram e, talvez, nem
mais consigam fugir da realidade paralela que criaram nem mais consigam
agir de maneira racional. Eles vivem presos a um mundo paralelo, onde,
pensam poder tudo, porque se acreditam salvadores da pátria,
predestinados e inimputáveis, pois, a única verdade possível está com
eles.
Estão todos os personagens de dentro da
bolha doentes. Todos sem condições de fugir da bolha. Todos vivendo a
própria farsa que criaram e credores dela como a verdade inquestionável e
redentora do Brasil.
Aécio Neves é o Presidente dos de dentro
bolha, o predestinado, o homem de bem, aquele que nos livraria do
“mal”, de uma sociedade comunista bolivariana aliada de Cuba, da
Venezuela e da Coreia do Norte e que está sendo implantada no Brasil
através dos participantes do Foro de São Paulo.
Quando se olham no espelho os de dentro
da bolha maniqueísta eles refletem o Aécio Neves. É a imagem perfeita
que criaram e que os guia nesta sina diária de tirar o “mal” do caminho e
reimplantar a sociedade do “bem” em terras brasileiras.
E os da bolha maniqueísta e seu
Presidente postiço creem-se no direito de fazer o que quiser nos dias de
hoje (perdeu-se a racionalidade neste mundo fictício), porque em seus
estados doentios, acima de tudo e todos está o “bem” que eles
representam. "
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